O aumento de 1 ponto percentual da Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária) abre espaço para investimentos em renda fixa na carteira de investidores. Essa afirmativa é de conhecimento geral, mas especialistas ouvidos pelo BP Money apontaram que alguns segmentos de renda variável também podem ser uma boa escolha.
Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, “setores defensivos” podem ser boas opções nesse contexto. “Na renda variável, empresas de setores defensivos, como energia elétrica e saneamento básico, tendem a performar bem em cenários de juros elevados, pois possuem receitas previsíveis e historicamente são consistentes pagadoras de dividendos.”
Já o sócio da Equus Capital, Felipe Uchida, apontou que o setor de saúde também pode gerar bons resultados. Ele acrescentou que “exportadoras que se beneficiam do câmbio depreciado” também são uma opção.
Nesse sentido, especialistas reforçam ser importante revisar as alocações da carteira para aproveitar as oportunidades da renda fixa, mas sem ignorar o potencial da renda variável.
“Para investidores conservadores, a recomendação é priorizar ativos como Tesouro Selic, CDBs com boas taxas e fundos DI, garantindo maior previsibilidade e segurança. Já para os perfis moderados e arrojados, uma abordagem diversificada é essencial: além da renda fixa, vale considerar ativos em setores que se beneficiam de um cenário de juros altos”, acrescentou Sidney Lima.
“É essencial que o investidor diversifique a carteira e equilibre o risco, considerando o horizonte de investimento sempre de médio e longo prazo”, finalizou Rodrigo Marin, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Universidade Cruzeiro do Sul.
Renda fixa: no que ‘ficar de olho’ com a alta da Selic?
É de conhecimento geral que a renda fixa está entre as melhores escolhas para um cenário de alta da Selic. Entre os ativos beneficiados estão títulos do Tesouro Selic e os pós-fixados, que acompanham o movimento da taxa básica de juros. Assim, os títulos pós-fixados podem oferecer retornos mais competitivos, sendo opções seguras e conservadoras para proteger o patrimônio em momentos de inflação ou juros altos.
Além disso, especialistas ouvidos pelo BP Money também apontaram produtos bancários como CDBs, LCIs e LCAs. Segundo os analistas, eles possibilitam melhores remunerações, alinhadas ao aumento da Selic.
“Os fundos de renda fixa, particularmente os indexados ao CDI, também ganham destaque, consolidando-se como alternativas sólidas para investidores de diferentes perfis”, acrescentou Lima.
Postura do BC reflete cenário desafiador
A postura cautelosa do BC reflete o cenário mais adverso. Assim, é coerente uma elevação da Selic para 12,25% ao ano, somada a indicações de ajustes nas próximas reuniões. A revisão das projeções de inflação para 2024 (4,9%) e 2025 (4,5%), além do dinamismo da atividade econômica, mostra ser necessário uma política monetária mais restritiva.
“O impacto da política fiscal, a desancoragem adicional das expectativas de inflação e a depreciação cambial reforçam a postura cautelosa do Banco Central”, afirmou Felipe Uchida, sócio da Equus Capital.