Apesar do consenso da população na isenção do imposto de renda para lucros de até R$5 mil ao mês, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest a proposta tem apoio de 75% da população. A compensação virá por meio de um imposto mínimo para os ricos e ‘super ricos’ de 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês.
“Quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês, pagará um pouco mais”, assegurou o ministro Fernando Haddad, em pronunciamento na TV. A ideia, segundo ele, é redistribuir a carga tributária de forma progressiva, a fim de garantir que a medida não onere os cofres públicos, visto que, hoje, o limite de isenção do imposto de renda é de R$2.824.
O intuito do ministro é corrigir uma desigualdade no sistema tributário, por isso o foco da taxação não está sobre o rendimento vindo dos salários, mas sobre lucros e dividendos de investimentos isentos. A medida também deve beneficiar rendas entre R$5 mil e R$7 mil que terão um desconto decrescente no IR (Imposto de Renda).
Fuga de talentos ou sonegação
A preocupação da aprovação da proposta se dá com o temor de afastar empresários e investidores do Brasil. Porém, de acordo com Sérgio Gobetti, pesquisador do Ipea, em entrevista ao portal Infomoney, revela que a taxação em outros países da Europa ou EUA são mais severos com grandes fortunas do que o Brasil.
“Imagine um empresário com R$ 2 milhões de renda bruta anual, sendo R$ 400 mil de salários, por meio de pró-labore, R$ 600 mil de rendimentos, e R$ 1 milhão de dividendos. Hoje, ele paga R$ 170 mil em impostos, com uma alíquota efetiva de 8,5%. Para atingir o mínimo de 10%, pagaria mais R$ 30 mil.”
As medidas, mesmo se aprovadas, só deverão entrar em vigor em 2026, e seus efeitos só serão observados no longo prazo.