Pré-mercado

Café com BPM: bolsas globais mistas à espera do PIB dos EUA

A cautela reflete a declaração de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que reduziu as expectativas de um novo corte de juros

Foto: Canva
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Os bolsas globais apresentam movimentos variados no pré-mercado desta quinta-feira (19), enquanto investidores aguardam a divulgação do PIB do terceiro trimestre dos EUA, programada para 10h30. 

A cautela reflete a declaração de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que reduziu as expectativas de um novo corte de juros em janeiro e aumentou as apostas em uma pausa, agora em 90%. Essa postura fortaleceu o dólar, que registrou alta significativa frente ao real.

Para conter a volatilidade cambial, o Banco Central do Brasil realizará hoje mais um leilão de dólar à vista, às 9h15, com oferta de até US$ 3 bilhões.

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) será publicado às 8h, seguido de uma coletiva de imprensa às 11h com Gabriel Galípolo e Roberto Campos Neto. Antes disso, ambos participam de um café da manhã com jornalistas às 10h.

No Congresso, a PEC do ajuste fiscal continua em pauta. Sem os votos necessários, o presidente da Câmara, Arthur Lira, marcou uma nova sessão para hoje, às 10h, em tentativa de avançar com a proposta.

Na política monetária internacional, o Banco da Inglaterra (BoE) anuncia sua decisão às 9h, com expectativa de manutenção da taxa básica em 4,75%, mas sinalizando retomada de cortes em 2024. A decisão segue no embalo da postura do Fed, que balançou mercados na véspera.

Apesar da reação inicial positiva, o mercado ainda digere a indicação do Fed de que o ritmo de cortes nos juros será mais lento do que o anteriormente previsto.

Os investidores aguardam com expectativa os dados do PIB do terceiro trimestre de 2024, que devem apontar para um crescimento de 2,8%. Outro destaque será a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego, estimados em 280 mil na última semana.

EUA

Nesta quinta-feira (19), os índices futuros de ações dos EUA começaram o dia em alta, após o Federal Reserve reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, como esperado.

Na sessão anterior, as ações despencaram após o Fed surpreender os mercados ao sinalizar que fará apenas dois cortes de juros em 2025, menos do que os quatro previstos em setembro.

O Dow Jones caiu 2,58%, encerrando o pregão em 42.326,87 pontos, acumulando 10 quedas consecutivas — a maior sequência negativa desde 1974. O S&P 500 recuou 2,95%, fechando em 5.872,16 pontos, enquanto o Nasdaq perdeu 3,56%, terminando em 19.392,69 pontos.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,26%

S&P 500 Futuro: +0,24%

Nasdaq Futuro: +0,14%

Bolsas asiáticas

Os mercados da Ásia-Pacífico também fecharam em baixa, refletindo as perdas globais após a decisão do Fed.

O Banco do Japão manteve as taxas de juros inalteradas, como esperado, o que incentivou a venda do iene. A moeda atingiu seu menor valor em um mês frente ao dólar.

Na China, autoridades intervieram para apoiar o yuan, que caiu para uma mínima de um ano no mercado offshore, pressionado pela perspectiva de menor flexibilização monetária dos EUA.

Shanghai SE (China), -0,36%

Nikkei (Japão): -0,69%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,56%

Kospi (Coreia do Sul): -1,95%

ASX 200 (Austrália): -1,70%

Bolsas europeias

Os mercados europeus operam em baixa nesta quinta-feira, acompanhando o desempenho negativo global após os sinais de menor redução nos juros pelo Fed.

Os investidores também voltam suas atenções para os anúncios de política monetária do Banco da Inglaterra e do Norges Bank, além de dados econômicos importantes, como o registro de novos automóveis na Europa, a confiança do consumidor na Alemanha e dados comerciais da Espanha, em busca de pistas sobre a recuperação econômica da região.

FTSE 100 (Reino Unido): -1,22%

DAX (Alemanha): -1,06%

CAC 40 (França): -1,27%

FTSE MIB (Itália): -1,28%

STOXX 600: -1,26%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (18) com baixa de 3,15%, aos 120.771,88 pontos, esta foi a pior queda em mais de 2 anos, desde a desvalorização de 3,35% em 10 de outubro de 2022. O dólar comercial subiu 2,82%, a R$ 6,26, maior valor nominal histórico.

O enredo que embala o mercado financeiro nas últimas sessões se repetiu mais uma vez, com os investidores tendo em vista a possibilidade do pacote fiscal não ser aprovado ainda este ano e retirando suas apostas. A decisão do Fed em reduzir os juros nos EUA também influenciou o Ibovespa e o dólar.

Agenda do dia

Indicadores

▪️04h00 – Alemanha/Gfk: Índice de confiança do consumidor

▪️08h00 – Brasil: BC divulga Relatório Trimestral de Inflação

▪️10h30 – EUA: PIB do 3º trimestre e PCE trimestral – última leitura

▪️10h30 – EUA/Depto do Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego

▪️12h00 – EUA/NAR: Vendas de moradias usadas em novembro

▪️22h15 – China: PBoC define taxa LPR de 1 e 5 anos

Eventos

▪️09h00 – Reino Unido: BoE anuncia decisão de política monetária

▪️10h00 – Câmara vota pacote fiscal

▪️09h15 – Brasil: BC faz leilão de até US$ 3 bilhões à vista

▪️11h00 – Brasil: Campos Neto e Galípolo dão entrevista sobre RTI

▪️16h00 – México: BC anuncia decisão de política monetária