Milei diz ao WSJ que o Estado é 'uma organização criminosa'

O presidente da Argentina, Javier Milei, comparou o Estado a organizações criminosas e insinuou que impostos equivalem a roubo, em entrevista ao “The Wall Street Journal” publicada nesta quarta-feira (18). Segundo ele, ninguém paga impostos voluntariamente. “O Estado é o inimigo, eu continuo sendo um anarcocapitalista”, declarou.

Milei tem implementado grandes mudanças em seu país, como desvalorização de 50% do peso argentino e o fim do controle de preços de alimentos. Essas medidas estabilizaram a inflação e levaram a um superávit fiscal nos primeiros 11 meses deste ano. “A regra é que não haverá mais déficits na Argentina”, disse o presidente.

Há desconfiança de que essas políticas podem não se sustentar em 2025, ano eleitoral no país, mas Milei disse que vai continuar reduzindo gastos e deve ampliar sua base política após o pleito de outubro. “Não vou parar”, garantiu.

Milei prevê, ainda, que a volta do crescimento econômico da Argentina pode levar o país de volta ao mercado financeiro internacional em 2026. “Estamos fazendo tudo para que isso aconteça”, afirmou. Ele também disse que quer continuar fazendo acordos com outros países: “todos os acordos de livre-comércio que pudermos fazer, nós faremos”.

Milei tem se destacado na direita global, recebendo elogios de Donald Trump e Elon Musk. Para o presidente argentino, o dono da Tesla seria “um Thomas Edison ou Leonardo da Vinci moderno”. Mas ele falou que não é da sua conta dizer onde Musk deve investir, mesmo que a Argentina seja um grande depósito de lítio.

O presidente afirmou que sua meta é transformar a Argentina no “país mais livre do mundo”. Também reafirmou seu compromisso. “Eu continuo acreditando que o Estado é uma organização criminosa e não vou parar de buscar a liberdade total para a Argentina.”