Moeda fecha em R$ 6,26

Real lidera desvalorização global; veja ranking 

O dólar avançou 2,78%, fechando a R$ 6,267 — o maior valor nominal já registrado

Foto: Canva
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Entre as 20 moedas mais relevantes do mercado global, o real brasileiro foi o que apresentou a maior desvalorização em relação ao dólar em 2024.

Segundo dados da consultoria Elos Ayta, até 17 de dezembro, a moeda brasileira acumulava queda de 21,52%, muito próxima ao índice registrado em 2020, no auge da pandemia, quando o real desvalorizou 22,44%. Após o pregão de quarta-feira, a perda alcançou 24,30%.

Na mesma sessão, o dólar avançou 2,78%, fechando a R$ 6,267 — o maior valor nominal já registrado.

Apesar da aprovação parcial de medidas do pacote fiscal no Congresso, que prometem aliviar as contas públicas, a desconfiança do mercado sobre a sustentabilidade fiscal manteve a pressão sobre a moeda brasileira.

Outro fator de impacto foi a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA (FOMC), que reduziu os juros em 25 pontos-base, mas sinalizou um ritmo mais lento de cortes futuros, fortalecendo o dólar globalmente.

Peso mexicano e outras moedas surpreendem

Globalmente, poucas moedas apresentaram valorização de dois dígitos em relação ao dólar. Entre elas, destacaram-se o peso mexicano e a lira turca, ambos com 16%, além do rublo russo (15%) e do won sul-coreano (10%).

Por outro lado, moedas como o euro registraram quedas significativas, com uma desvalorização de 5% frente ao dólar, de acordo com dados da XE.com, citados pela BBC News.

Das principais divisas globais, apenas três conseguiram se manter estáveis ou valorizaram levemente: o dólar de Hong Kong subiu 0,6%, o rand sul-africano teve alta de 1%, e a libra esterlina praticamente manteve seu valor frente à moeda norte-americana.

Real oscila ao longo da história

Apesar da queda expressiva desta quarta-feira (18), o real ainda não se aproxima do recorde negativo de desvalorização anual. Segundo o levantamento da Elos Ayta, a maior perda ocorreu em 2022, quando a moeda brasileira caiu 34,33%, impulsionada por incertezas políticas durante a transição de governo.

Por outro lado, o melhor desempenho histórico do real foi registrado em 2009, durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Naquele ano, a moeda valorizou 34,22% frente ao dólar, impulsionada pela recuperação global pós-crise financeira de 2008 e pelo crescimento econômico robusto do Brasil.

Ao longo da trajetória do real, valorização superior a dois dígitos em relação ao dólar é um fenômeno raro.

Os principais marcos foram alcançados em 2003, 2005, 2007, 2009 e 2016, refletindo momentos específicos de recuperação econômica e cenários internacionais favoráveis.