Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC (Banco Central), disse, nesta quinta-feira (19), que não vê um ataque especulativo contra o real. Na sessão da véspera, o dólar bateu um novo recorde de R$ 6,26, exigindo mais uma interferência da autoridade monetária nesta quinta.
Galípolo afirmou, durante coletiva, que a depreciação cambial é uma reação natural do mercado ao cenário econômico do Brasil.
“Não é correto tratar o mercado como um bloco monolítico, como se fosse coordenada andando em um único sentido. Toda vez que há uma mobilização em torno de um ativo há vencedores e perdedores. Então falar que há um ataque especulativo coordenado não representa bem”, comentou o executivo.
Além disso, o futuro do presidente do BC também indicou que “não há bala de prata” para o problema fiscal do Brasil no curto prazo.
“Todos sabem. Mercado e academia sabem que é difícil apresentar qualquer tipo de plano fiscal que seja bala de prata, que vai dar conta de endereçar todos os problemas no curto prazo. Sinto isso na conversa que tenho com o presidente Lula e com o ministro Fernando Haddad o reconhecimento do diagnóstico de que existem problemas fiscais a serem endereçados no país”, afirmou, segundo a “CNN”.
O mandato de Galípolo à frente do BC iniciará a partir de janeiro do ano que vem, atualmente ele é diretor de Política Monetária e foi indicado à chefia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sobre isso, o executivo sinalizou que vai “lidar com questões políticas”, caso seja pressionado por parte do governo para reduzir os juros.
“A gente vai lidar com questões políticas. É absolutamente legítimo que todos tenham opiniões. Elas podem ser transmitidas no jornal, podem ser transmitidas em redes sociais […]. Todo mundo tem o direito de opinar sobre isso. A decisão é feita com data marcada na reunião do Copom pelos nove diretores”, disse.
Galípolo sinaliza ‘juros elevados por mais tempo’
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (que a situação econômica atual indica “juros mais altos por mais tempo”.
Durante um evento promovido pela XP Investimentos, o diretor da autarquia financeira destacou que, dada a performance mais dinâmica da economia e a desvalorização da moeda, é “lógico” que uma política monetária mais restritiva seja necessária.
Galípolo também observou que esse cenário demanda ajustes para manter o controle da inflação.