Banco Central

Campos Neto diz que demanda por dólar foi maior que o esperado

“A demanda [por dólares] foi muito maior do que esperávamos. Mas não existe um desejo do Banco Central de proteger nenhum nível de câmbio“, disse Campos Neto

Roberto Campos Neto, presidente do BC
Roberto Campos Neto, presidente do BC / Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (19) que o movimento de alta do dólar nas últimas semanas é oriundo de uma demanda maior que o esperado. Segundo ele, isso ocorre em um momento em que as remessas de dividendos por empresas para o exterior e de recursos de pessoas físicas ao exterior seguem recebendo a atenção do mercado.

Campos Neto afirma, entretanto, que o BC atua para conter eventuais disfuncionalidades e não para “proteger um nível de câmbio”. Além disso, a autoridade pontuou que a intervenção cambial não tem relação com o tema de dominância fiscal.

“A demanda [por dólares] foi muito maior do que esperávamos. Mas não existe um desejo do Banco Central de proteger nenhum nível de câmbio. O Banco Central tem muita reserva e vai atuar quando achar necessário”, disse Campos Neto, de acordo com informações da revista Exame.

Até o momento, o BC já injetou mais de US$ 20 bilhões no mercado desde 12 de dezembro. No total, US$ 13 bilhões foram injetados em leilões à vista, e o restante, em leilões de linha, com o objetivo de recompra.

Campos Neto: ‘finalizei mandato, apesar de pressões’

Em despedida da presidência do BC (Banco Central)Roberto Campos Neto afirmou, nesta quinta-feira (19), que cumpriu seu mandato apesar de pressões externas e fez uma transição “suave” para o próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo. 

Campos Neto também agradeceu a todos os funcionários da instituição, à imprensa e à diretoria do Copom (Comitê de Política Monetária).

O presidente reforçou que nunca agiu conforme seus interesses políticos, mas sim de forma técnica. Além disso, segundo ele, a transição “foi a mais bem planejada, independentemente da polarização”. Campos Neto vai deixar o cargo em 31 de dezembro e Galípolo vai assumir a partir de 1º de janeiro de 2025.