Ney Latorraca viveu por décadas em um dos “maestros”, um conjunto de quatro prédios de alto luxo com nomes de regentes, como Villa-Lobos e Stravinsky, localizados à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas. Esta área é um dos pontos mais exclusivos da zona sul do Rio de Janeiro.
Falecido aos 80 anos na manhã desta quinta-feira (26), vítima de sepse pulmonar, Ney já havia decidido que seu apartamento seria doado após sua morte, de acordo com o site F5, do Jornal Folha de S. Paulo
Não apenas o da Lagoa, mas todos os quatro imóveis que ele possuía: um em São Paulo, “pertinho do prédio do FHC”, outro no Jardim Botânico (zona sul do Rio), e mais um na rua Rainha Elisabeth, na fronteira entre Copacabana e Ipanema.
Em uma entrevista à revista Veja Rio, concedida à repórter durante o pico da pandemia, Ney revelou que o investimento em imóveis lhe deu a segurança necessária para a velhice.
“Adoro pagar uma conta em dia, é coisa de filho de gente pobre. Eu já fui bem pobre e só comecei a ganhar dinheiro mesmo nos anos 80, com a peça Irma Vap“. Assim, o destino de sua herança patrimonial já estava definido.
“Botei no meu testamento que vou doar os quatro. Um vai para a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), o outro para o Retiro dos Artistas. Os outros dois, um fica para o Grupo de Apoio às Crianças com AIDS, de Santos, e mais um para um grupo dedicado às vítimas da hanseniase. Está tudo no meu testamento. Fiz questão.”
Saiba destino da herança de Ney Latorraca
A herança do artista seria destinada a instituições como o Retiro dos Artistas e a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação).
“É um desejo da minha mãe também. Acho que é assim que tem que ser”, afirmou em entrevista ao jornal Extra em 2021.
Ney explicou que sua fortuna foi construída principalmente através de seu trabalho no teatro, especialmente com a peça O Mistério de Irma Vap, que permaneceu em cartaz por 11 anos.
“O que eu ganhei com o teatro tem que voltar para essas causas. Essa é a missão do artista, pelo menos para mim.”