Abertura do Mercado

Ibovespa abre em queda com temores de inflação nos EUA; dólar sobe

Investidores vão estar atentos à divulgação da ata do Fed e aos eventos de aniversário do 8/1 em Brasília

Ibovespa
Ibovespa / Foto: Freepik

Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quarta-feira (8) em queda, com o mercado respondendo a indicadores econômicos e notícias políticas dos EUA. Investidores também aguardam a divulgação da ata do Fed e, em âmbito nacional, acompanham o evento de aniversário do 8/1 em Brasília.

Por volta das 10h17 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,43%aos 120.641 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,38%, cotado a R$ 6,1269.

Influencia o Ibovespa a espera pela divulgação da ata da reunião do Fed, às 16h desta quarta-feira (8). “A ata é muito importante, pois vai dar o tom para as próximas reuniões”, comenta o analista Fernando Bresciani. Os últimos dados econômicos divulgados pelo país levantam preocupações com a possibilidade de alta da inflação.

Também nos EUA, investidores estão reagindo às notícias sobre os planos tarifários do presidente eleito, Donald Trump, e aos dados econômicos do país. Trump considera declarar emergência econômica nacional para ter uma justificativa legal para a imposição de tarifas tanto a países aliados quanto a adversários, informou a “CNN”.

Já no cenário nacional, as atenções estão voltadas para o evento de aniversário dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília. A agenda conta com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela manhã, Lula participa de cerimônia de reintegração de obras de arte destruídas durante os ataques.

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

Nos EUA, o Ibovespa é movido pelos dados de emprego e economia, que mostraram-se estabilizados, o que levanta preocupações com a possibilidade de inflação e expectativas de uma desaceleração nos cortes de juros do Fed. Investidores aguardam a divulgação do relatório de emprego fora do setor agrícola (payroll), na sexta-feira (10).

“O mercado tem medo de que a economia fique mais aquecida ainda e possa trazer mais inflação”, explica Bresciani. Segundo ele, os temores foram reforçados pelo forte PMI (índice de gerentes de compras) de serviços nos EUA, divulgado nesta terça-feira (7). Nesse cenário, o Fed já tem sinalizado que vai suspender novos cortes por enquanto.

No Brasil, após reintegração das obras de arte, Lula participa de cerimônia em defesa da democracia, com presença também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A agenda nacional também inclui a participação do presidente do BC, Gabriel Galípolo, nas Reuniões Bimestrais de Presidentes de Bancos Centrais, promovida pelo BIS.

EUA

Em Nova York, os principais índices apresentam recuperação após perdas expressivas na véspera, impulsionadas pela queda de quase 2% do Nasdaq Composite e retrações superiores a 1% no S&P 500 e 0,4% no Dow Jones. 

O setor de tecnologia continua sob pressão, com investidores ajustando suas apostas em torno da política monetária mais restritiva.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,14%

S&P 500 Futuro: +0,15%

Nasdaq Futuro: +0,16%

Bolsas asiáticas

No mercado asiático, as bolsas encerraram o pregão de maneira mista. A preocupação com uma possível espiral deflacionária pressiona os mercados chineses, enquanto os prêmios de crédito, em níveis historicamente baixos, testam o apetite por risco em meio a uma avalanche de novas emissões de dívida. 

O pessimismo se reflete no mercado de títulos soberanos da China, com rendimentos de 10 anos atingindo mínimas recordes, mais de 300 pontos-base abaixo dos equivalentes americanos, mesmo após uma série de estímulos econômicos de Pequim.

Shanghai SE (China), +0,02%

Nikkei (Japão): -0,26%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,86%

Kospi (Coreia do Sul): +1,16%

ASX 200 (Austrália): +0,77%

Bolsas europeias

Na Europa, as bolsas operam sem direção definida, com os investidores analisando indicadores de sentimento econômico e confiança do consumidor.

No radar corporativo, a gigante de energia Shell revisou para baixo sua estimativa de produção de gás natural no quarto trimestre de 2024, reduzindo a faixa projetada para 6,8 a 7,2 milhões de toneladas métricas, diante da previsão anterior de até 7,5 milhões.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,01%

DAX (Alemanha): +0,07%

CAC 40 (França): -0,19%

FTSE MIB (Itália): +0,01%

STOXX 600: +0,06%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última terça-feira (7) com alta de 0,95%, aos 121.162,66 pontos. O dólar comercial caiu 0,13%, a R$ 6,10.

O Ibovespa seguiu em recuperação e retomou os 121 mil pontos, parte do ânimo se deve à declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), sobre a responsabilidade do governo federal com as metas fiscais.