Nas últimas sessões do mercado de títulos nos EUA – os Treasuries – houve um aumento nas taxas de juros de longo prazo, movimento que reflete os prêmios de risco mais altos em oposição a preocupações com a inflação, disse o presidente da distrital de Richmond do Fed (Federal Reserve), Thomas Barkin, nesta quinta-feira (9),.
“Não tenho dúvidas de que, à medida que mais dívida federal entra no mercado, às vezes ela sobrecarrega a demanda, e é isso que cria o aumento nos rendimentos”, disse Barkin.
O executivo esteve presente em evento da Associação de Banqueiros de Virginia, segundo informações da agência “Bloomberg”.
“Não acho que seja inflação, acho que é o ‘term premium’ E o ‘term premium’ tem algo a ver com risco. Mas sinto que tem algo a ver com o equilíbrio entre oferta e demanda no longo prazo”, disse o dirigente do Fed.
Dirigente do Fed: política monetária pode não ser tão restritiva
Michelle Bowman, diretora do Fed (Federal Reserve), analisou que a atual postura da política monetária nos EUA pode não ser tão restritiva quanto parece. Em sua visão, o atual patamar das taxas de juros está mais próximo do que ela considera como um nível neutro, enquanto o núcleo da inflação dos EUA segue elevado, com riscos de alta, disse em evento nesta quinta-feira (9).
O corte de juros que o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) realizou em dezembro representou o passo final do Fed para recalibrar a política monetária, disse Bowman. Ela também defendeu uma abordagem “cautelosa e gradual” para as taxas de juros.
“Continuo a ver maiores riscos para a estabilidade dos preços, especialmente quando o mercado de trabalho permanece próximo do pleno emprego”, disse a diretora do Fed, segundo o “Valor”.
A expectativa de Bowman é que os próximos meses tragam mais clareza sobre a política econômica do novo governo dos EUA e o impacto disso na inflação.
Na avaliação da diretora, o avanço da inflação desacelerou significativamente em 2023, no entanto, o progresso parece ter estagnado no ano passado, com o núcleo da inflação permanecendo acima da meta de 2% do Fed.
O mercado de trabalho está menos aquecido em relação aos últimos anos, reconheceu a executiva, mas o crescimento dos salários continua sendo um indicativo de uma economia forte e está “acima do compatível com a nossa meta de inflação”.