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Itaú BBA vê alta para o lucro da Vale (VALE) e pares siderúrgicas

Os analistas do Itaú BBA calcularam que os resultados das mineradoras e sirerurgicas no final do ano passado devem ter melhora no Ebitda

Minério/ Foto: Freepik
Minério/ Foto: Freepik

As empresas brasileiras de mineração e siderurgia devem apresentar resultados resilientes no quarto trimestre, apesar da sazonalidade mais fraca, prevê o Itaú BBA.

“Prevemos um Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] com desempenho geral melhor sequencialmente, com exceção da Gerdau (GGBR4), que provavelmente será impactada por preços reduzidos nos EUA e um mix de vendas menos favorável no Brasil”, consta em um relatório do Itaú BBA.

No caso da Vale (VALE3), os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares, Barbara Soares projetam uma alta de 4% do Ebitda no trimestre, impulsionado por resultados mais fortes tanto na divisão de ferrosos como na de metais básicos. 

Além disso, espera-se que a divisão de ferrosos, os resultados sejam apoiados por preços realizados de minério de ferro ligeiramente mais elevados e custos mais baixos.

Em relação à Gerdau (GGBR4), a estimativa do Itaú BBA é que o Ebitda reduza 20% no trimestre. A América do Norte é o ponto baixo e deve reportar um declínio trimestral de 36% no Ebitda, isto por conta dos volumes sazonalmente menores, preços mais baixos e custos mais elevados, afirma.

Já para a CSN (CSNA3), a previsão do Itaú BBA é que o Ebitda eleve em 25%, tendo os resultados mais fortes no geral servindo como potencializador. 

“Para a divisão de aço, prevemos um aumento de 29% no Ebitda em termos trimestrais, apoiado por custos mais baixos, preços mais elevados do aço e volumes resilientes”, ressaltam os analistas no documento, segundo o “E-Investidor”.

Para CSN Mineração (CMIN3), o banco espera um aumento sequencial de 38% no Ebitda, sobretudo por conta dos preços realizados mais elevados, que compensaram a diminuição dos volumes e o aumento dos custos.

Itaú BBA corta projeção para o Ibovespa em 2025

Em mais previsão de piora para a Bolsa brasileira, desta vez por parte do Itaú BBA revisou sua projeção para o Ibovespa em 2025. Anteriormente, a estimativa da casa era que o índice alcançasse os 165 mil pontos, agora espera que ele alcance os 145 mil pontos. 

Considerando que a principal referência da B3 opera atualmente próxima aos 119 mil pontos, o potencial de valorização é de mais de 21%.

O Itaú BBA levou em conta que o cenário macroeconômico está negativo, ao passo que a política monetária está em um ciclo de aperto, espera-se um crescimento menor do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, bem como uma inflação mais alta.

No que se refere aos lucros das empresas, a observação do BBA foi para um risco de revisões para baixo nos resultados, em um cenário de juros elevados, de acordo com o “E-Investidor”.

Por outro lado, o banco vê que o valuation da Bolsa brasileira está atrativo, pois o Ibovespa está sendo negociado a um P/L (preço sobre lucro) de 6,8 vezes, o menor nível em 30 meses. 

No relatório do banco consta que, em momentos de alta histórica, o índice já chegou a negociar a um P/E projetado de 14 a 15 vezes. Por outro lado em mercados de baixa, o nível de negociação chegou a um P/E de 6 a 7 vezes – próximo ao nível atual.

“O índice está se aproximando de um território de sobrevenda, mas ainda enfrenta um cenário desafiador para a indústria de fundos local e um humor mais cauteloso por parte dos investidores estrangeiros”, destacou o relatório do Itaú BBA, com equipe liderada por Daniel Gewehr.