O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quinta-feira (16) em queda, com investidores preocupados com a incerteza nos EUA e desafios na economia brasileira. O mercado também aguarda os números dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e balanços de grandes bancos.
Por volta das 10h18 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,52%, aos 122.007 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,05%, cotado a R$ 6,0272.
Na sessão de quarta-feira (15), a desaceleração do núcleo da inflação nos EUA causou um alívio nos mercados globais, inclusive no Brasil, já que leva a crer que o Fed (Federal Reserve) vai manter o ciclo de corte de juros em 2025. Mesmo assim, analistas consultados pelo “Valor” ainda têm preocupações estruturais com o mercado acionário.
Eles veem piora nos fundamentos e projetam uma desaceleração dos lucros das companhias no mercado de ações. Isto se deve tanto a incertezas externas, com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA; quanto a problemas internos, como a alta da Selic e inflação.
Nesse contexto, os investidores continuam focados nos dados dos EUA. As vendas no varejo e os pedidos de auxílio-desemprego no país vão estar no centro das atenções nesta quinta-feira (16).
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Outro destaque é a continuidade da temporada de balanços do quarto trimestre dos grandes bancos dos EUA, iniciada nesta quarta-feira (15). Nesta quinta-feira (16), antes da abertura dos mercados, são divulgados os números do Bank of America e do Morgan Stanley.
No Brasil, os agentes do mercado reagem aos dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de novembro. O índice teve uma alta de 0,1% em relação a outubro, percentual acima do previsto por analistas, que esperavam uma queda de 0,1%. Em outubro, o IBC-Br teve uma alta de 0,09%, nos dados revisados de alta de 0,14%.
Apesar de estar acima da mediana de projeções do “Valor Data”, de queda de 0,1%, o índice ficou dentro do intervalo das previsões, que iam de uma queda de 1,8% a uma alta de 0,2%. No trimestre móvel entre setembro e novembro, o índice cresceu 0,89% em relação aos três meses anteriores. A alta acumulada no ano até o 11º mês foi de 3,76%.
Fora das Américas, o Ibovespa também é influenciado por informações da China. Nesta quinta-feira (16) à noite, o país divulga os dados do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no quarto trimestre de 2024. Estas informações são importantes para entender quais devem ser os próximos passos do governo em relação a estímulos econômicos.
EUA
Os contratos futuros das bolsas norte-americanas registram valorização nesta quinta-feira (16), com os investidores no aguardo dos dados sobre os pedidos de auxílio-desemprego semanais e as vendas no varejo, que devem oferecer uma visão mais detalhada da situação econômica dos Estados Unidos.
Os resultados dos grandes bancos estão chegando ao fim, com Morgan Stanley e Bank of America divulgando seus números nesta quinta-feira.
No cenário político, Scott Bessent, indicado por Donald Trump para o cargo de secretário do Tesouro, se apresentará diante do Comitê de Finanças do Senado dos EUA pela manhã, em uma audiência que deve ser observada de perto pelos investidores em busca de sinais sobre tarifas e outras políticas do novo governo.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,16%
S&P 500 Futuro: +0,40%
Nasdaq Futuro: +0,62%
Bolsas asiáticas
Os mercados asiáticos fecharam em alta, impulsionados pela forte performance dos mercados norte-americano, que reagiram positivamente ao inesperado recuo da inflação subjacente em dezembro e aos resultados robustos dos bancos.
O Banco da Coreia também surpreendeu ao manter a taxa de juros em 3%, contrariando as expectativas de corte de 25 pontos-base, conforme pesquisa da Reuters.
Shanghai SE (China), +0,28%
Nikkei (Japão): +0,33%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,23%
Kospi (Coreia do Sul): +1,23%
ASX 200 (Austrália): +1,38%
Bolsas euroéias
Os mercados europeus avançam, estendendo os ganhos da véspera, impulsionados pela surpresa positiva com a inflação abaixo das expectativas nos EUA.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,65%
DAX (Alemanha): +0,27%
CAC 40 (França): +1,40%
FTSE MIB (Itália): +0,76%
STOXX 600: +0,63%