O CEO (Presidente Executivo) da Azul (AZUL4), John Rodgerson, afirmou que discutiu com o presidente Lula, há oito meses, seu plano de unir forças com a Gol (GOLL4). O memorando de entendimento, assinado na última quarta-feira (15), iniciou às conversas sobre um possível processo de fusão.
Segundo Rodgerson, Lula apoiou a ideia de criar uma empresa mais forte no Brasil, afirmando que “há muito voo de galinha, o que é muito ruim para os tripulantes e para todos”, as informações foram apuradas pelo portal InfoMoney
De acordo com Rodgerson, a sobreposição de malhas da Gol e da Azul é de apenas 10%, o que não deveria criar grandes desafios para aprovadação da combinação de negócios pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Julgamento do Cade
Ainda segundo o presidente, a Gol deve incluir o processo de recuperação judicial nos EUA em meados de abril ou maio deste ano. A conclusão da reestruturação é condição para que a fusão saía do papel.
Para Rodgerson, o julgamento no Cade deve levar de seis a nove meses, mas a ideia é iniciar o processo de negociações no órgão antitruste desde já.
Se as empresas conseguirem aprovação regulatória — incluindo a superação de obstáculos antitruste — a Azul e a Gol uniriam forças como uma única entidade com ações listadas no Brasil, de acordo com uma cópia do memorando.
Gol (GOLL4) desconhece novidades sobre fusão com Azul (AZUL4)
A Gol (GOLL4) respondeu a um questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), afirmando que não tem conhecimento de nenhum novo fato relacionado à notícia sobre possíveis negociações entre a Abra, controladora da empresa, e a Azul (AZUL4) que ainda não tenha sido oficialmente divulgado ao mercado.
Fontes ouvidas pelo jornal Valor indicam que a Azul e a controladora da Gol estariam trabalhando para assinar um memorando de entendimento (MOU) nas próximas semanas, com o intuito de iniciar as discussões sobre uma possível fusão entre as duas companhias aéreas brasileiras.
A Gol reforçou que, em conjunto com seus consultores, está analisando propostas de financiamento para sair do processo de Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA), além de considerar outras alternativas viáveis e competitivas, incluindo ofertas de fontes de capital próprio e de dívida.