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JP Morgan rebaixa Yduqs (YDUQ3) e aponta preferência pela Cogna (COGN3) 

O JP Morgan analisou que, considerando apenas a educação superior, as receitas da Kroton, da Cogna, estão crescendo mais rápido que a Yduqs

Foto: CanvaPro/Educação
Foto: CanvaPro/Educação

Em nova revisão para o setor de educação na Bolsa brasileira, o JP Morgan rebaixou a recomendação da Yduqs (YDUQ3) para “neutra”, devido ao maior custo de capital em vista das taxas de juros mais altas. Por outro lado, demonstrou preferência pela Cogna (COGN3), com recomendação de “compra”, por conta da maior geração de fluxo de caixa livre e negociação com desconto em relação à Yduqs (4,7 vezes Preço/Lucro contra 5,7 vezes).

A reação na sessão desta sexta-feira (17) foi perceptível, ao passo que a Cogna subiu 1,63% e a YDUQ3 teve baixa de 5,71%. 

O JP Morgan analisou que, considerando apenas a educação superior, a Kroton, da Cogna, está crescendo suas receitas mais rápido que a Yduqs, com 8% ano a ano, contra alta respectiva de 6%. 

Além disso, na Kroton o ciclo de cobrança de caixa parece mais ágil, isto porque a empresa tem dias de contas a receber ex-PEP (empréstimos privados antigos não mais concedidos) em 40, contra 94 na Yduqs, segundo o “InfoMoney”.

O JP Morgan reduziu o preço-alvo para a Yduqs de R$ 18 para R$ 10,50 em dezembro de 2025, sobretudo por conta do maior custo de capital.

Em paralelo a isso, o banco norte-americano também rebaixou a recomendação da Ânima (ANIM3) de compra para neutro, e deu preferência à Ser Educacional (SEER3), com classificação de compra. Em resposta, a ANIM3 caiu 3,55%, enquanto a SEER3 avançou 0,91%.

A equipe do JP Morgan observou que, em números absolutos, o setor está altamente descontado, incluindo as ações com classificações neutras. Sendo assim, o banco acredita que um possível catalisador positivo seria a conversão desses lucros em caixa e sua distribuição para os acionistas. 

Por fim, um outro obstáculo será removido do setor, quando um novo marco regulatório para o ensino a distância for divulgado pelo governo, muito embora possa trazer algumas restrições.

JP Morgan muda recomendação de Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) para neutra 

Após um período sem classificação para as ações da Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3),o JP Morgan decidiu por uma recomendação neutra,com preços-alvo para dezembro de 2025 de R$ 19,50 e R$ 5,50 por ação, respectivamente. 

A razão disso foi a avaliação de que a oferta de gado deve permanecer estável ou cair entre os principais países produtores, como EUABrasil, China e Argentina.

No caso da Minerva, o JP Morgan vê que o mercado de exportação de carne bovina do Brasil tem se beneficiado de uma combinação de preços moderados na Ásia e preços mais fortes na América do Norte. 

A demanda global por carne bovina deve seguir estável em 2025, enquanto a oferta global deve recuar 0,8%, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Além disso, a equipe do JP Morgan, avaliou que a alavancagem continuará elevada nos próximos dois a três anos. Nesse passo, as relações entre dívida e valor de mercado estão entre as mais altas do setor, com 80% para a Minerva e 70% para a Marfrig, de acordo com o “InfoMoney”.

O resultado disso deve ser mais volatilidade nas ações. No entanto, ganhos potenciais podem chegar no curto prazo, a partir da depreciação do real e a alta nos preços da carne bovina.

No caso da Marfrig, sua participação de 50% na BRF (BRFS3) desempenha um papel relevante, segundo o JP Morgan.