O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (21) com alta de 0,39%, aos 123.338,34 pontos. O dólar comercial caiu 0,18%, a R$ 6,03.
O mercado segue sem noticiário relevante no que diz respeito à economia, tanto nacional quanto externa, e as atenções ainda concentradas na recente posse de Donald Trump como presidente dos EUA. Com isso, o Ibovespa operou de forma volátil, sem auxílio da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com baixa de 1,17%, a US$ 108,07.
Donald Trump foi eleito com promessas de fazer sanções e impor tarifas de importação a diversos setores econômicos, o que pode prejudicar as empresas estrangeiras, sobretudo de mercados emergentes, como é o caso do Brasil.
“O mercado está atento e em compasso de espera em relação a anúncios que Trump possa fazer nesse início de mandato, já que ele não detalhou como vai funcionar as tarifas de importação, o que aliviou os ânimos, mas deixa o mercado na incerteza. Isso deixa o mercado volátil também”, disse Rodrigo Cohen, analista de investimentos.
Já o analista de investimento do Anbank, Fernando Bresciani, analisou que as promessas feitas por Trump serão cumpridas em relação aos órgãos internacionais, de saúde, de clima, quanto aos demais setores, o executivo acredita que o republicado não quer participar.
“Porém, em relação às tarifas, existe também uma série de acordos que você não pode romper da noite para o dia. Acredito que isso trouxe um pouco mais de tranquilidade”, disse.
Enquanto isso, no radar corporativo, as repercussões das políticas de Trump já são observadas nos preços do petróleo, que fecharam com queda expressiva, diante da ameaça dos EUA imporem tarifas aos principais parceiros comerciais e promete aumentar a produção doméstica de energia no máximo possível.
Na mesma linha de perdas, as ações de frigoríficos, como Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) sofreram por conta dos casos de gripe aviária nos principais estados produtores de frango nos EUA. Além do custo das empresas pender para um aumento, o crescimento da operação também fica limitado devido aos animais contaminados.
Na ponta oposta, os papéis dos bancos tradicionais ajudaram a impulsionar o Ibovespa, ao passo que a Raízen esteve entre as principais quedas após o Santander reduzir as estimativas e cortar o preço-alvo das ações de R$ 2,90 para R$ 2,40.
A Usiminas (USIM5) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 5,36%. Logo atrás, Brava Energia (BRAV3) e Braskem (BRKM5) registraram altas de 4,26% e 3,57%, respectivamente.
Já na ponta negativa, BRF (BRFS3) liderou as perdas, caindo 6,61%. Em seguida, vieram Marfrig (MRFG3) e Raízen (RAIZ4), com perdas de 4,04% e 3,11%.
Altas e Baixas do Ibovespa: varejistas valorizam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,84% e avançaram 0,03%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,07%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,50%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 2,17%. Usiminas (USIM5) valorizou 5,36%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 0,21% e 0,90%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,09% e valorização 0,64%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,98%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 13,79%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 4,05%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta terça-feira (21). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,18%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,48%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,39%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,88% e 0,64%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,24%.