A Azul (AZUL4) anunciou nesta quarta-feira (22) que quase todo o valor principal de seus títulos de dívida foi convertido em novas obrigações, como parte de seu processo de reestruturação financeira.
De acordo com a empresa, 99,69% do valor das notas sêniores garantidas com vencimento em 2028 e taxa de 11,93% foram trocadas. Já os títulos com vencimento em 2029 e remuneração de 11,5% tiveram 98,02% de sua dívida trocada.
A conversão dos papéis com vencimento em 2030 e remuneração de 10,875% atingiu 94,51% do valor em aberto.
“A Azul espera que a liquidação das ofertas de troca ocorra prontamente e anunciará a data de sua liquidação nos próximos dias”, afirmou a empresa em fato relevante.
Azul e Gol: Cade pode exigir venda de ativos para aprovar fusão
As negociações para uma possível fusão entre a Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL4) avançaram na última quinta-feira (16), com o anúncio da assinatura de um memorando de entendimento para a união das empresas no Brasil.
Porém, funcionários do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) já sinalizaram ao “Valor” que o processo de aprovação da união vai ser complexo e não deve ser concluído sem restrições.
A concentração de mercado começa a ser preocupante para o Cade a partir de 20%, destaca o sócio de concorrencial e M&A do NHM Advogados, Mario Nogueira. Com a fusão, a Gol e a Azul teriam 60% de participação no segmento de transporte aéreo.
Dessa forma, para manter uma concorrência leal no setor, o Cade pode exigir, por exemplo, que as empresas vendam ativos e mantenham operações separadas em determinadas rotas, avalia o assessor da Valor Investimentos, Virgílio Lage.
Em outras fusões do setor, o Cade já impôs restrições como a redistribuição de slots em aeroportos congestionados para outras companhias, medida que pode se repetir nesse caso, lembra o assessor.