O tema do reajuste nos preços dos combustíveis tem tomado o mercado e as análises dos especialistas sobre a Petrobras (PETR4), mas não aparenta ser uma preocupação para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O preço do diesel praticado pela Petrobras está cerca de 20% abaixo do praticado no exterior, atualmente, enquanto a diferença da gasolina está próxima de 10%.
“A presidente Magda Chambriard vai saber o momento adequado de fazer as adequações, seja para cima ou para baixo. Eu espero que seja para baixo para que a gente possa criar um círculo virtuoso para a economia nacional”, disse Silveira em entrevista ao “CNN” durante o Fórum Econômico Mundial em Davos.
“Ela sabe o que precisa fazer”, resumiu o ministro, porém ele também ressaltou que a política de preços da empresa não é um tema que passa pelo governo federal.
“A questão de preço é decidida no seu board (diretoria), não passa pelo conselho. Com certeza absoluta, a nossa querida Magda (Chambriard) é extremamente responsável, sabe o que precisa fazer, sabe que a Petrobras precisa ser atrativa com os investidores”, disse Silveira.
O chefe de Minas e Energia lembrou que a Petrobras tem preocupação “não só com os investidores nacionais, com os investidores internacionais”.
“E tem feito isso depois que ela assumiu com muita maestria, servindo à companhia, servindo aos dividendos dos acionistas, mas servindo também ao interesse nacional”, disse.
Silveira diz que nova refinaria da Petrobras significa segurança nacional
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que o Brasil precisa de uma nova refinaria de petróleo. Seu argumento é que uma nova refinaria representaria “segurança nacional” na oferta de energia às empresas e pessoas.
Silveira comentava sobre o uso recorde da capacidade instalada das refinarias da Petrobras em 2024. Ele disse ser importante que a capacidade de refino seja ampliada. “Isso é segurança nacional, segurança energética e é obrigação do governo”.
“É, precisa… Tanto que nós ainda importamos gasolina e importamos diesel”, disse o ministro em entrevista à “CNN”, durante participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, nesta quarta-feira (22).
A leitura do ministro é que cabe ao seu Ministério liderar a pauta. “O Ministério de Minas e Energia é o responsável pelas políticas públicas que garantam o suprimento adequado de energia elétrica e de combustíveis à indústria e às pessoas”, disse Silveira.
O Brasil é autossuficiente apenas na produção do gás de cozinha, entre os grandes combustíveis, enquanto faz importação de todos os demais segmentos.
O diesel importado representou 18% de todo o mercado brasileiro em novembro de 2024, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), uma participação um pouco menor que a de 2023 (24%). Na gasolina, os percentuais de participação do combustível importado são menores: atualmente abaixo de 10%.