O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (23) que o dólar iniciou uma trajetória de queda que pode ser interrompida por uma “boataria” de que o governo poderia eventualmente usar espaço fiscal para diminuir os preços dos alimentos, o que, segundo ele, não é verdade.
Em coletiva de imprensa, após reuniões do governo sobre o preço dos alimentos, Haddad disse que há espaço regulatório a ser explorado no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), mencionando uma melhor regulação da portabilidade do vale-refeição. Ele também citou perspectivas para a safra e para o câmbio.
“O dólar começou, na minha opinião, uma trajetória que, eventualmente, pode ser interrompida momentaneamente pela boataria: ‘ah, o governo vai usar o espaço fiscal’. Não tem nada disso no horizonte, ninguém está pensando em utilizar espaço fiscal para esse tipo de coisa”, disse Haddad, de acordo com o InfoMoney.
Segundo o ministro, não há espaço nas contas públicas para medidas desse tipo, “e não há necessidade de espaço fiscal para isso”. Ele destacou que as soluções para a questão virão de uma melhora no ambiente de negócios e das contas externas do país.
“O dólar está caindo, isso tem impacto imediato. Aí, a pessoa que está comprada em dólar fica chateada que o dólar está caindo e faz uma boataria: ‘vamos usar espaço fiscal, vamos criar uma coisa’. Não tem nada disso”, completou.
Rui Costa convoca Haddad para discutir preço dos alimentos
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), convocou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (23) para discutir medidas de redução do preço dos alimentos. A reunião ocorre no Palácio Planalto com a presença também dos titulares da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Social e Agrário, Paulo Teixeira.
Na reunião, eles discutem medidas propostas pela indústria e varejo em encontro com representantes desses setores em novembro de 2024. Entre as sugestões apresentadas estão a alteração de taxas de cartões de benefício alimentação e a liberação para que supermercados vendam medicamentos, como apurou o “Valor”.
Mas há dúvidas no mercado sobre a eficácia dessas medidas.