Câmbio

Real é a 2ª melhor moeda em janeiro

O real valorizou 5,09% até o fechamento do dia 24 de janeiro, encerrando o mês em R$ 5,8925, apontou a Elos Ayta

Foto: Pexels / Real
Foto: Pexels / Real

O real começou o ano de 2025 bem posicionado ao registrar a maior valorização frente ao dólar Ptax desde junho de 2023, no acumulado do primeiro mês de 2025, de acordo com estudo da Consultoria Elos Ayta.

O real valorizou 5,09% até o fechamento do dia 24 de janeiro, encerrando o mês em R$ 5,8925. Este desempenho, segundo o estudo, não ocorria desde junho de 2023, quando a moeda brasileira alcançou uma valorização de 5,74%.

No ranking das principais moedas do mundo em 2025, o real ficou em segundo lugar tanto em relação à cotação PTAX quanto à cotação comercial. O Rublo Russo liderou a lista, ao valorizar 11,34% no período.

No ano passado, o real foi a pior moeda do mundo, mas no recorte de 12 meses já conseguiu se recuperar e deixar essa posição. Ainda assim, a moeda brasileira figura em segundo lugar no ranking de desvalorização nos últimos 12 meses.

Nesse quesito, o peso argentino tem sido campeão, com desvalorização de 21,56% no período, de acordo com estudo da Consultoria Elos Ayta, solicitado pelo “InfoMoney”.

No entanto, o estudo aponta uma diferença quando considerada a valorização observada na cotação do dólar comercial (que perdeu 13,50% perante o dólar nos últimos 12 meses) contra a cotação do dólar ptax (que recuou 17,07%).

Em detalhes, a primeira métrica se refere a um parâmetro para realizações de operações de compra e vendas de contrato em moeda estrangeira, enquanto a segunda é a média de valores usada como taxa de referência.

Dólar está mais para R$ 5 ou R$ 7? Cenário externo e interno pressionam real

O ano é novo, mas algumas preocupações permanecem antigas. Na primeira semana de 2025, especialistas do mercado financeiro voltam a especular sobre o rumo do dólar. Essa situação se repete, considerando que, em meados de 2024, parecia “inconcebível” que a moeda norte-americana atingisse R$ 6,00 — o que acabou acontecendo.

Atualmente, os especialistas seguem ajustando suas projeções, mas com maior cautela. Profissionais ouvidos pelo BP Money apontaram que o contexto de incertezas fiscais no Brasil, combinado com o cenário global de juros elevados, pode sim levar o dólar a R$ 7,00.

“A falta de clareza sobre a consolidação fiscal doméstica e a ausência de reformas estruturantes alimentam a percepção de risco. Em paralelo, a política monetária restritiva dos Estados Unidos mantém o dólar valorizado globalmente”, explicou o CEO do Grupo Studio, Carlos Braga Monteiro.

Para 2025, a percepção é de que o câmbio dependerá da capacidade do governo brasileiro de estabilizar as contas públicas e promover um ambiente mais seguro para investimentos.

“Além disso, o desequilíbrio na balança comercial brasileira, intensificado pela queda nos preços das commodities e pela redução da demanda da China, também pressiona o câmbio”, acrescentou André Matos, CEO da MA7 Negócios.

Matos também trouxe sua visão sobre o que é necessário para o mercado brasileiro evitar um cenário ainda mais desafiador: “O governo precisa investir em uma política econômica que combine responsabilidade fiscal, estímulo ao crescimento e maior previsibilidade regulatória.”

“Esse tripé ajudaria não só a conter a valorização do dólar, mas também a melhorar a competitividade da nossa economia no longo prazo”, concluiu Matos.

Com isso, o mercado cambial em 2025 reflete um equilíbrio frágil entre riscos internos e externos.