Inflação

Café: torrefadoras estudam usar conilon para reduzir preços

O café moído foi o segundo item que mais influenciou na inflação dos alimentos, com avanço de 7,07% pelo IPCA-15

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Café / Foto: Freepik

Uma das soluções para evitar a disparada dos preços do café estudada por torrefadoras é o aumento do percentual da variedade conilon nos blends vendidos, segundo informações do “Globo Rural”.

O café moído foi o segundo item que mais influenciou na inflação dos alimentos, com avanço de 7,07% pelo IPCA-15, divulgado na última sexta-feira (24).

O aumento do conilon na mistura pode segurar os preços porque a oferta global de cafés canéfora (robusta e conilon) está aumentando, com o avanço da colheita dessas variedades no Vietnã e Indonésia. Isto aumenta a diferença entre os preços do arábica e canéforas.

A mistura mais comum entre as torrefadoras brasileiras é de 60% de café arábica e 40% de conilon, com o objetivo de encorpar o produto. Mas esta não é a primeira vez em que pode haver mudança. Em 2024, o preço do conilon estava mais elevado que o do arábica, fazendo com que o blend mudasse para 80% de arábica e 20% de conilon.

Café: produção deve cair 4,4% em 2025, para 51,8 mi de sacas

A primeira estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra brasileira de café em 2025 prevê uma produção de 51,8 milhões de sacas de café beneficiado, o que representa uma queda de 4,4% em relação a 2024. Os dados foram divulgados pela companhia nesta terça-feira (28).

A expectativa de piora nos resultados pode ser explicada por uma restrição hídrica e altas temperaturas nas fases de floração, afirmou a Conab, em relatório. A produtividade média no país deve ser de 28 sacas por hectare, rendimento 3% menor que o observado em 2024.

Já a área total destinada ao cultivo do grão no Brasil apresentou crescimento de 0,5%, alcançando 2,25 milhões de hectares, sendo 1,85 milhão de hectares em produção e 391,46 mil hectares em formação.

As projeções para a safra atual apontam um cenário de maior restrição na oferta global de café, com estoques em patamares historicamente baixos e uma demanda crescente no mercado internacional, aponta a Conab.