Após o Copom (Comitê de Política Monetária) elevar a Selic (taxa básica de juros) em 1 ponto percentual na quarta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou o papel do presidente do BC (Banco Central) Gabriel Galípolo, sobre o movimento. Ele afirmou que o economista não pode “dar um cavalo de pau de um dia para o outro”.
“Num país do tamanho do Brasil, o presidente do BC não pode dar um cavalo de pau de um dia para outro”, afirmou o presidente, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (30).
O aumento decidido pelo Copom elevou a Selic para a faixa de 13,25% ao ano, em um movimento que já havia sido sinalizado em dezembro, durante a gestão de Roberto Campos Neto. Na próxima reunião do colegiado, que acontecerá em março, é esperada uma nova alta de 1 ponto percentual.
Lula ressaltou que o aumento da Selic já era esperado, mas que tem certeza de que Galípolo “irá entregar para o povo brasileiro uma taxa de juros menor e uma inflação mais baixa”. “Nós temos consciência que é preciso ter paciência”, completou.
Além disso, o presidente aproveitou o momento para reiterar a autonomia do presidente do BC. “Galípolo é meu amigo, mas o presidente do BC vai ter autonomia de verdade”, disse Lula.
“Quero que ele saiba que o povo espera uma taxa de juros menor para que o povo tenha mais emprego. Eu não esperava milagre”, prosseguiu.
Lula: se EUA taxarem produtos brasileiros, Brasil será recíproco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (30) que, caso o presidente dos EUA, Donald Trump, cumpra a promessa de taxar produtos brasileiros, “haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos dos Estados Unidos”. “É muito simples”, disse Lula durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Lula destacou que o Brasil pretende “manter e melhorar” a balança comercial com os EUA. “Quero exportar mais, se for necessário”, declarou o presidente, segundo informações do Valor.
Além disso, o petista afirmou que não se preocupa caso Trump decida “brigar”. “Ele só tem que respeitar a soberania dos outros países”, comentou. “É isso que eu espero: civilidade”.
O chefe do Executivo brasileiro também disse que, no momento, não há interesse em estabelecer qualquer tipo de conversa com Trump. “Se eu for convidado para o G7, a gente vai se encontrar. Na ONU, a gente vai se encontrar. Mas isso, se ele não desistir da ONU também”, completou Lula.