O déficit de R$3,2 bilhões registrado em 2024 pelos Correios foi atribuído às tentativas de privatização da empresa pelo governo Jair Bolsonaro (PL), de acordo com o presidente da companhia, Fabiano Silva, em entrevista a jornalistas no Planalto nesta sexta-feira (31).
Segundo Silva, os resultados ainda não são finais e o desempenho dos Correios pode ser melhor: “ Quando uma empresa é sucateada como ela foi para ser vendida, temos um trabalho grande para recuperar”, afirmou na coletiva, como apurou o portal Exame.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o representante dos correios e a ministra de Gestão e Inovação de Serviços Públicos, Esther Dweck, para discutir o prejuízo da companhia.
“Estamos trabalhando para ter em um curto espaço de tempo um resultado lucrativo. Isso foi o que o presidente nos cobrou”, afirmou o presidente dos Correios.
Correios ocultam balanço após R$ 800 milhões em prejuízos
Os Correios encerraram o primeiro trimestre de 2024 com um prejuízo de R$ 800 milhões, conforme apontado em relatório de resultado ainda não divulgado. O valor representa um crescimento significativo do resultado negativo da companhia.
No mesmo período, em 2023, os Correios apresentaram um prejuízo de R$ 326 milhões.
Ainda segundo o documento, as elevadas despesas gerais e administrativas tiveram grande peso no aumento das perdas, somando R$ 1 bilhão no trimestre. No mesmo período, em 2023, essas despesas haviam causado um prejuízo de R$ 780 milhões.
Esses dados apontam uma tendência preocupante de crescimento nos custos operacionais, que afetam diretamente a saúde financeira da companhia.
O cenário de déficit ocorre em um contexto em que os Correios enfrentam uma elevação nas demandas devido às compras internacionais. Esse fator leva a pensar que a empresa está enfrentando desafios na gestão de recursos.
Em dezembro de 2023, os Correios haviam reportado um prejuízo de R$ 597 milhões. O dado representa uma melhora de 22% em relação ao mesmo período em 2022. Era esperado pela companhia que essa tendência negativa mudasse ao longo de 2024.