O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta segunda-feira (3) em queda, com investidores reagindo à implementação de tarifas às importações do México, Canadá e China aos EUA. No Brasil, os agentes do mercado estão atentos ao Boletim Focus e à pesquisa Genial/Quaest para 2026.
Por volta das 10h17 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,37%, aos 125.671 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma queda de 0,25%, cotado a R$ 5,8372.
As políticas do presidente do EUA, Donald Trump, estão causando volatilidade no mercado internacional. Ele anunciou, na sexta-feira (31), que iria impor tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e de 10% contra a China, “iniciando um largo protecionismo”, comenta o coordenador de Economia da Apimec Brasil, Alvaro Bandeira.
No Brasil, o Ibovespa também é influenciado pelo Boletim Focus, publicado pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (3), que aponta um novo ciclo de desancoragem das previsões para a inflação, em meio à desconfiança de investidores sobre o compromisso da instituição de perseguir a meta de 3%.
Além disso, investidores reagem à pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (3). Segundo o levantamento, se a eleição fosse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria todos os candidatos, nos quatro cenários projetados para o primeiro turno e em todos os seis cenários projetados para o segundo turno.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
O anúncio das tarifas de Trump gera ajustes no mercado na sessão desta segunda-feira (3), à medida que países afetados começam a anunciar retaliações à política externa do presidente dos EUA e a China recorre à OMC (Organização Mundial do Comércio). Nesse cenário, o Brasil não é descartado entre os alvos das políticas.
No Boletim Focus, as previsões para o IPCA de 2025 subiram de 5,50% para 5,51% e, para 2026, de 4,22% para 4,28%. Mesmo com um ajuste menor desta vez, esta é a 16ª semana seguida em que há aumento das projeções para inflação de 2025 no relatório.
Outra notícia brasileira que pode gerar volatilidade no Ibovespa é a previsão de vitória de Lula em todos os cenários da pesquisa Genial/Quaest. Na política, o mercado também acompanha a mudança de líderes no legislativo, com a eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara e Davi Alcolumbre no Senado, como já era esperado.
“Os ruídos políticos vão novamente se intensificar”, comenta Bandeira.
EUA
Os índices futuros dos EUA estão em forte queda nesta segunda-feira (3), à medida que os investidores reavaliam o impacto das novas tarifas impostas pelo país a seus principais parceiros comerciais, com receio de possíveis consequências para a economia global e os lucros das empresas.
Na agenda desta segunda-feira (3), Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, se pronuncia sobre as perspectivas econômicas.
No cenário corporativo, mais de 120 empresas do S&P 500 devem divulgar seus balanços, incluindo grandes nomes da tecnologia como Alphabet, Amazon e Palantir, além de gigantes do setor de consumo, como Walt Disney e Mondelez.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -1,26%
S&P 500 Futuro: -1,43%
Nasdaq Futuro: -1,69%
Bolsas asiáticas
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em baixa, após a imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump sobre o Canadá, México e China no fim de semana.
O mercado de Hong Kong, que reabriu após um feriado prolongado, teve queda moderada em comparação com os mercados do Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
A bolsa chinesa só reabre na quarta-feira, e o país está preparando uma proposta para reiniciar negociações comerciais e evitar novas tarifas e restrições tecnológicas, conforme o Wall Street Journal.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): -2,66%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,04%
Kospi (Coreia do Sul): -2,52%
ASX 200 (Austrália): +1,79%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados também seguem em baixa, com os investidores reagindo à decisão de Trump de aplicar tarifas comerciais a diversos países, além de suas ameaças de estender essas medidas à União Europeia e ao Reino Unido.
FTSE 100 (Reino Unido): -1,18%
DAX (Alemanha): -1,76%
CAC 40 (França): -1,72%
FTSE MIB (Itália): -1,38%
STOXX 600: -1,33%