O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, B3, opera perto da estabilidade dos negócios desta quarta-feira (5). A guerra de tarifas entre Washington e Pequim segue no radar dos investidores, mas divide atenção com a agenda econômica e balanços.
Por volta das 12h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava um avanço de 0,21%, aos 125.416 pontos.
Já o dólar comercial seguia o mesmo sentido do índice, ao passo que apresentava uma valorização positiva de 0,42%, cotado a R$ 5,79.
A moeda norte-americana acompanha a tendência global e a redução nos juros dos Treasuries. No entanto, houve uma recuperação moderada devido à realização de lucros após doze sessões consecutivas de baixa e à queda do petróleo e minério de ferro.
Investidores reagiram ao retorno da China dos feriados, com a desaceleração dos PMIs de janeiro.
No Brasil, a produção industrial de dezembro foi mais forte do que o esperado, e o crescimento de 2024 foi superior ao previsto. O mercado segue atento a negociações entre os EUA e China sobre tarifas comerciais, com uma reunião entre os presidentes ainda pendente.
Ibovespa é sustentado por bancos
Os resultados melhores do que o esperado do Santander, que deu início à temporada de balanços, ajudam a impulsionar os papéis do setor bancário.
No entanto, a queda nas commodities no mercado global exerce pressão negativa sobre o índice. No cenário interno, a desaceleração da produção industrial, abaixo das expectativas, leva ao aumento dos juros de longo prazo e impacta de forma negativa as ações locais.
Os investidores seguem atentos às ações dos UA e da China no âmbito do protecionismo comercial, além de monitorarem os novos dados econômicos dos EUA, que indicam uma geração de empregos no setor privado em janeiro superior às expectativas dos analistas.
O dado destaque da sessão desta quarta-feira foi a produção industrial brasileiral, que registrou uma queda de 0,3% em dezembro, em comparação com novembro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da Top Gain, comentou que a produção industrial brasileira surpreendeu positivamente ao crescer 1,6% no comparativo anual, superando as expectativas do mercado, que projetava um aumento mais modesto de 1%.
“Esse é um dado muito positivo, especialmente considerando o aumento recente da taxa de juros. Mesmo com esse cenário mais solicitado, a produção conseguiu crescer, o que pode gerar otimismo nos próximos meses para a nossa bolsa”, afirmou Lima.
No entanto, ele alertou que, embora o dado seja relevante, ele não será determinante para o boato do mercado.
“O impacto maior, ao que parece, virá da divulgação de dados dos EUA, como o ADP e o payroll, que têm mais potencial para influenciar o mercado financeiro”, completou.
EUA
O Nasdaq liderava as quedas entre os principais índices de Wall Street na abertura desta quarta-feira (5), após previsões abaixo das expectativas da Alphabet e AMD, decepcionando os investidores em um dia movimentado com a divulgação de balanços corporativos.
Cotação dos índices dos EUA:
Dow Jones: -0,12%
S&P 500: -0,29%
Nasdaq: -0,66%