Balanço

BrasilAgro tem prejuízo de R$ 19,6 milhões no 2º trimestre fiscal

A empresa foi impactada pela alta do dólar

BrasilAgro
Foto: BrasilAgro / Divulgação

A BrasilAgro (AGRO3) teve um prejuízo líquido de R$ 19,6 milhões no segundo trimestre fiscal de 2025, encerrado em 31 de dezembro de 2024, ante o prejuízo de R$ 10,1 milhões no mesmo período do ano anterior e de R$ 30,1 milhões um trimestre antes. O resultado reflete perdas da empresa nas operações de hedge.

Com a valorização inesperada do dólar no final de 2024, a política da empresa de travar os preços dos grãos no mercado futuro e o câmbio em operações internacionais gerou perdas de R$ 62,4 milhões no semestre fiscal, disse o diretor financeiro da BrasilAgro, Gustavo Javier Lopez, ao “Valor”.

A função da operação de hedge é diminuir a volatilidade e exposição da empresa. Com ela, a BrasilAgro ganhou R$ 21 milhões com a melhora nos preços da soja, mas perdeu o resto porque esperava que o dólar fosse a R$ 5,40 e não a R$ 6,20, como efetivamente aconteceu.

Apesar do prejuízo, os resultados operacionais foram positivos, com um Ebitda ajustado de R$ 31 milhões no segundo trimestre fiscal, ante um resultado negativo de R$ 12,6 milhões um ano antes. No primeiro semestre fiscal de 2025, o resultado foi de R$ 200,3 milhões, em comparação a R$ 10,8 milhões no mesmo período de 2024.

AGCO tem prejuízo de US$ 424,8 milhões em 2024

A fabricante de máquinas agrícolas AGCO, dona da Fendt, Valtra e Massey Ferguson, teve um prejuízo de US$ 424,8 milhões em 2024, ante o lucro líquido de US$ 1,17 bilhão em 2023. No quarto trimestre, o prejuízo líquido da AGCO foi de US$ 255,7 milhões, contra um lucro de US$ 339 milhões no mesmo período de 2023.

A piora nos resultados ocorreu em razão de um menor investimento dos produtores, motivado por uma baixa nos preços das commodities (principalmente milho e soja), que também afetou outras empresas do setor. Os efeitos dessa retração foram observados principalmente a partir do segundo trimestre de 2024.

Dessa forma, as vendas da AGCO caíram 19,1% em 2024, para US$ 11,7 bilhões. Nos últimos três meses do ano, houve uma queda de 24%, para US$ 2,9 bilhões. Enquanto na América do Norte as vendas caíram 24% em 2024; na América do Sul houve recuo de 41%; na Ásia, Pacífico e África de 22,8%; e de 9,6% na Europa e Oriente Médio.