Trump preocupa

Ibovespa: balanços e inflação, no Brasil e nos EUA, se destacam

A inflação do Brasil e dos EUA está bem distante da meta

Ibovespa
Ibovespa/ Foto: Freepik

A semana entre 9 e 14 de fevereiro terá menos movimento que as anteriores no que diz respeito à agenda econômica. O Ibovespa será marcado pela temporada de balanços segue forte nos EUA, enquanto, no Brasil, as empresas listadas na B3 (B3SA3) divulgam seus resultados a passos lentos.

No período, os destaques ficam para os números de inflação ao consumidor referentes a janeiro no Brasil e nos EUA, na terça-feira (11) e na quarta-feira (12), respectivamente. Já na quinta-feira (13), será a vez da inflação ao produtor do primeiro mês do ano na maior economia do mundo.

A inflação dos dois países está bem distante da meta. No Brasil, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma desaceleração de 4,87% para 4,83% ao ano — 3% ao ano era o centro da meta, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A meta foi determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

“A tendência é que o IPCA continue acima do limite superior de tolerância em janeiro e nos próximos meses, mesmo que a inflação ao consumidor desacelere por conta de descontos na conta de luz”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.

Nos EUA, a inflação voltou a crescer no fim de 2024. O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) registrou aceleração de 0,3% para 0,4% na base mensal, em linha com o consenso do mercado. Na base anual, o avanço foi de 2,7% para 2,9%, também dentro do esperado.

Contudo, o CPI não é o indicador preferido do Fed (Federal Reserve) — Banco Central dos EUA — para mensurar a inflação do país. O PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo) assume essa função e também registrou crescimento, tanto no índice cheio quanto nos núcleos.

“O presidente do Fed, Jerome Powell, deve responder a essa aceleração nos preços a senadores e representantes das duas Casas do Congresso dos EUA na terça e quarta-feira”, acrescentou o analista.

De acordo com Manzoni, os especialistas de mercado vêm afirmando desde a campanha presidencial que as políticas comercial e imigratória de Donald Trump são inflacionárias.

Por fim, no radar corporativo, os destaques da semana são os balanços do quarto trimestre de 2024 da Tim (TIMS3), BTG Pactual (BPAC11), Suzano (SUZB3), Usiminas (USIM5) e Raízen (RAIZ4). Já nos EUA, gigantes como McDonald’s (MCDC34) e Coca-Cola (COCA34) apresentam seus resultados.

Como o mercado se comportou entre 3 e 7 de fevereiro

Durante a semana, a Cogna (COGN3) foi a ação que mais se destacou, acumulando alta de 7,80% no período entre 3 e 7 de fevereiro. O papel foi impulsionado pela recomendação de compra do JPMorgan e pelo anúncio de recompra de ações.

“O pronunciamento de recompra de ações costuma animar os mercados. Soma-se a isso a recomendação de compra do JP Morgan, uma casa muito grande, que passou a recomendar a compra do papel ao mesmo tempo em que a própria Cogna anunciou uma recompra significativa de ações”, comentou Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da Top Gain.

Além disso, a semana marcou o início da temporada de balanços trimestrais de empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira. Dentre os resultados, os destaques ficaram para os bancos, com o Santander (SANB11) surpreendendo com números bem acima do esperado.

A companhia registrou alta de 74,9% na comparação anual no lucro do quarto trimestre de 2024, para R$ 3,85 bilhões.

Na agenda econômica, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, e dados externos, especialmente dos EUA, ditaram o tom do Ibovespa. Durante a semana, a política tarifária de Donald Trump voltou ao radar, fazendo os índices globais, inclusive o Ibovespa, iniciarem a semana sob estresse.

Por fim, saíram novos dados do payroll, mostrando que os EUA criaram 143 mil vagas de emprego em janeiro, resultado abaixo das expectativas. No entanto, a taxa de desemprego recuou para 4,0%, além do que estava previsto.

Ibovespa na semana

  • Segunda-feira (3): -0,13%
  • Terça-feira (4): -0,65%
  • Quarta-feira (5): +0,31%
  • Quinta-feira (6): +0,55%
  • Sexta-feira (7): -1,27%
  • Semana: -1,20%