Após operar boa parte do dia em leve queda, o dólar passou a operar com ganhos nesta segunda-feira (24). A moeda comercial estrangeira teve valorização de 0,43% nesta sessão, cotada a R$ 5,73.
Os investidores observaram e reagiram às falas de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em evento da B3 (B3SA3). Na ocasião, o ministro afirmou que “não existe um ajuste fiscal possível” se a economia não crescer.
Além disso, ele afirmou que os desafios fiscais e a necessidade de investimentos públicos não se resolvem apenas com o arcabouço fiscal.
Mesmo com o governo federal tendo cumprido a meta fiscal para o ano passado, com déficit primário de R$ 11 bilhões – excluindo os gastos para recuperação do Rio Grande do Sul, após as enchentes que ocorreram entre abril e maio -, o mercado financeiro voltou a se preocupar com a questão fiscal, isto por conta de recentes posicionamentos do presidente Lula sobre a necessidade de fazer os preços dos alimentos caírem.
O que mais Haddad disse e impactou o dólar?
Durante o evento da B3, Haddad também teceu criticas aos dois presidentes anteriores, Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o país não cresceu e ainda teve déficit fiscal, mesmo com a regra do teto de gastos que congelava as despesas públicas.
Haddad também enfatizou que o atual arcabouço fiscal, aprovado em 2023, prevê uma cota mínima de investimentos.
Além disso, o petista também apontou que o Brasil perseverar no cumprimento do arcabouço fiscal, conseguirá chegar a um patamar de melhores resultados primários, que vão acontecer junto com o crescimento econômico, o que, consequentemente, irá abrir espaço para investimentos.
Mesmo sendo um desafio corrigir o desequilíbrio das contas, disse Haddad, o governo federal tem por meta o equilíbrio fiscal “sem penalizar a população mais pobre”, como determinou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Paralelamente, Haddad ainda afirmou que o Ministério da Fazenda está prestes a fechar um texto, junto ao Congresso Nacional, para modernizar a lei de concessões e parcerias público-privadas.
A iniciativa, informou o chefe da Casa, é corrigir brechas que geram insegurança jurídica nos contratos de modo a promover investimentos em infraestrutura pelo país, segundo o “Valor”.