Política e economia

Lula diz que BRICS deve fortalecer o multilateralismo e o comércio

O presidente Lula também defendeu que os países que formam o BRICS fortaleçam as relações com o Mercosul

Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, neste sábado (1º), um fortalecimento do multilateralismo e do comércio internacional através do BRICS. O petista esteve em Montevidéu para acompanhar a posse do novo presidente uruguaio, Yamandú Orsi, quando falou com jornalistas.

“Estou convidando todos esses países que estão aqui, Uruguai, Colômbia, México, para participar dos Brics no Brasil. Embora não sejam membros fixos, é importante que esses países participem porque é um momento de fazer um debate com o mundo inteiro. É importante que nessa reunião dos Brics a gente fortaleça de verdade duas coisas importantes: o multilateralismo e o comércio”, declarou Lula, segundo o “Estadão”.

Além disso, o presidente também defendeu que os países que formam o BRICS fortaleçam as relações com o Mercosul

“Não podemos ficar procurando saída individual para cada país porque não existe possibilidade. O mundo está dividido em blocos, e quem está mais organizado pode mais, quem está mais organizado vende mais. O acordo que fizemos com a União Europeia não é um acordo qualquer, é um acordo que envolve praticamente 800 milhões de pessoas, é um acordo que envolve trilhões de dólares”, disse Lula.

O petista prosseguiu afirmando que, se o acordo der certo, irá beneficiar todos os países da América do Sul, da Unasul, do Mercosul e da UE (União Europeia). “É apenas uma questão de nos compreendermos que nós precisamos estar juntos”, disse Lula.

Lula critica Trump e diz que Brasil não aceitará ‘desaforo’

Após os anúncios de tarifas de importação a produtos estrangeiros nos EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a postura do governo de Donald Trump e afirmou, nesta segunda-feira (17), que apesar de não ter histórico de conflitos internacionais, o Brasil não aceitará imposições externas. “Não vamos aceitar desaforo”, declarou.

Lula apontou que os EUA romperam com a tradição de defender o livre comércio e a democracia. Em sua avaliação, o país adotou uma postura agressiva no cenário internacional. O petista deu as declarações durante um evento da Petrobras (PETR4), em Angra dos Reis (RJ).

“E aí fico pensando: cadê a democracia? Cadê o respeito ao livre trânsito do ser humano? Se você tem livre trânsito do capital, cadê o livre comércio que foi tão apregoado? E aí começam a ameaçar o mundo. Todo dia tem uma ameaça, todo dia tem uma coisa”, questionou o presidente.

O governo também abandonou o abandono dos princípios do Consenso de Washington — conjunto de diretrizes econômicas defendidas nos anos 1980 por líderes como Ronald Reagan e Margaret Thatcher – conforme crítica do presidente.

“A ideia era abrir mercados, eliminar barreiras comerciais e facilitar trocas. Agora, vemos um movimento contrário, com mais protecionismo e ameaças”, disse Lula.

A fala do petista ocorre em meio a tensões comerciais globais e possíveis mudanças na política externa americana sob Trump.