A Prada está próxima de comprar a Versace por 1,5 bilhão de euros, segundo informações da “Bloomberg”. De acordo fontes ouvidas pela agência, o negócio não foi fechado ainda, mas o processo de due diligence inicial não encontrou grandes riscos e as empresas pretendem chegar a um acordo ainda neste mês.
Nesta terça-feira (4), a ação da Capri Holdings Limited, dona da Versace, subiu 4% em Nova York, após a publicação da notícia. Já os papeis da Prada valorizaram em 3,7% em Hong Kong.
A Prada tem tido sucesso, apesar da crise no varejo de luxo, em razão do bom desempenho entre os jovens de sua marca Miu Miu. A empresa tem analisado os números da Versace há semanas, de acordo com a “Bloomberg”.
No último trimestre fiscal, a Versace teve um faturamento de US$ 193 milhões, o que representa uma queda de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao mesmo tempo, o prejuízo operacional da empresa foi de US$ 14 milhões para US$ 21 milhões.
UBS diz que Prada e Versace representam “polos opostos”
Segundo o UBS, a compra não representa risco de canibalização, uma vez que a Prada, minimalista, e a Versace, maximalista, correspondem a “polos opostos”. O banco afirma que a aquisição daria mais competitividade à Prada contra a LVMH e a Kering.
O valor de mercado da Prada é de 21,5 bilhões de euros, enquanto o da LVMH, dona da Louis Vuitton, Christian Dior e Fendi, é de 347,5 bilhões de euros.
A Capri, que comprou a Versace em 2018 por 1,8 bilhão de euros, está passando por uma reestruturação no momento, tendo contratado o Barclays para rever seu portfólio, que inclui marcas como Michael Kors e Jimmy Choo.
Em 2023, a empresa chegou a receber uma oferta de US$ 8,5 bilhões para ser vendida para a Tapestry, dona da Coach New York e da Kate Spade, mas a compra foi bloqueada pela Justiça no ano passado.