
O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou nesta terça-feira (4) que o presidente Donald Trump alcançará um acordo intermediário com o Canadá e o México sobre as tarifas. Segundo Lutnick, um anúncio oficial sobre o assunto deve ser feito nesta quarta-feira (5).
“Tanto os mexicanos quanto os canadenses estiveram ao telefone comigo o dia todo hoje, tentando mostrar que farão melhor, e o presidente está ouvindo”, disse Lutnick em uma entrevista no programa “Kudlow” da Fox Business.
Na véspera, o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que as tarifas de 25% sobre os produtos importados do México e do Canadá entrariam em vigor nesta terça-feira (3). Em reação a essa medida, Canadá, México e China informaram que imporiam novas taxas de importação sobre os produtos norte-americanos.
“Acho que ele vai resolver algo com eles. Não vai ser uma pausa, mas acho que ele vai descobrir que você faz mais, e eu encontro você no meio do caminho, e provavelmente vamos anunciar isso amanhã. O resultado será algo no meio-termo”, completou Lutnick.
Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a partir desta terça-feira (3), seriam aplicadas tarifas de 25% sobre os produtos importados do México e do Canadá. Como reação, os governos do Canadá, México e China divulgaram a imposição de novas tarifas sobre os produtos dos EUA.
Entenda as retaliações à medida de Trump sobre tarifas
O Canadá foi o primeiro a reagir à decisão de Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá. Logo após a confirmação do presidente norte-americano, o governo canadense anunciou uma resposta em forma de retaliação.
Em comunicado, o primeiro-ministro Justin Trudeau informou que o Canadá aplicaria tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos dos EUA. Segundo Trudeau, parte das novas tarifas começaria a valer já nesta terça-feira (4), enquanto o restante seria implementado dentro de 21 dias.
“Nossas tarifas permanecerão em vigor até que a ação comercial dos EUA seja retirada e, caso as tarifas dos EUA não cessem, estamos em discussões ativas e contínuas com províncias e territórios para buscar diversas medidas não tarifárias”, acrescentou o primeiro-ministro canadense.
Em seguida, foi a vez da China reagir. Pequim não só impôs novas tarifas de 10% a 15% sobre as exportações agrícolas dos Estados Unidos, mas também anunciou restrições a 25 empresas norte-americanas, citando “motivos de segurança nacional”.
De acordo com o governo chinês, produtos como frango, trigo, milho e algodão terão uma tarifa adicional de 15%, enquanto soja, sorgo, carnes suína e bovina, além de produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios, sofrerão uma taxa extra de 10%. As novas tarifas entrarão em vigor no dia 10 de março.
Estima-se que as medidas da China impactem cerca de US$ 21 bilhões em exportações agrícolas e alimentícias dos Estados Unidos, aproximando ainda mais as duas maiores economias do mundo de uma guerra comercial total.
Vale destacar que, em fevereiro, a China já havia anunciado tarifas de 15% para carvão e gás natural liquefeito (GNL) e 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis dos EUA, como resposta às ações de Trump.