
Em relatório a clientes disponibilizado nesta quarta-feira (05) o Morgan Stanley avaliou apostar na inclinação da taxa de juros e preocupações com ruído fiscal. As informações são do portal Investing.
O relatório assinado pela estrategista Ioana Zamfir, destacou que uma calmaria nas manchetes dos últimos dois meses e altas da bolsa brasileira traduziram uma expectativa de taxas mais baixas de juros e um real mais forte.
Contudo, a especialista recorda que o ganho frente ao risco da inflação brasileira foi volátil ao longo de 2024. Conta ainda no documento, que o índice de preços dos principais serviços permanecem altos e o IPCA tem previsão de altas consecutivas segundo relatório Focus do BC (Banco Central).
“Esperamos que o sentimento fiscal continue sendo um direcionador significativo dos ativos brasileiros este ano, especialmente devido aos riscos de gastos incrementais associados à eleição de 2026″, afirmou.
Apoio fiscal
A estrategista apontou a piora na avaliação do governo Lula como agravante para a incerteza de cumprimento de metas fiscais. “As manchetes sobre a preocupação do governo com os preços mais altos dos alimentos provavelmente persistirão, com riscos assimétricos em direção ao apoio fiscal”, concluiu.
O orçamento de 2025 também é apontado como problemático. Com previsão de votação da proposta após dez de março, o governo deverá divulgar seu relatório fiscal bimestral até 22 de março, ainda com chance de adiamento devido ao próprio orçamento.
“Nossos economistas notaram que os gastos no Brasil são limitados a 1/12 do valor sugerido na ausência de um orçamento aprovado para 2025, o que implica que os incentivos seriam enviesados para uma votação mais rápida.”, aponta.
Zamfir assegura que os riscos de crescimento menor ainda estão no radar, com previsão de desaceleração do PIB. De acordo com ela, apesar da política monetária arrefecida, os dados continuam a apresentar resiliência.
Para a estrategista do Morgan Stanley, a combinação de crescimento e preocupações fiscais deve impulsionar uma inclinação incremental na curva da taxa de juros.