O PIB (Produto Interno Bruto) per capita brasileiro aumentou 3% em 2024 e alcançou R$55.247,45. Esse é o maior valor que o índice atingiu em sua série histórica de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O PIB per capita é o resultado da relação entre a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e o número de habitantes. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, lembrou que o ritmo de variação dos dois indicadores, PIB e PIB per capita, tem se aproximado por causa do aumento mais lento da população.
“A população está crescendo menos. Como o PIB per capita desconta o crescimento da população, o crescimento dos dois indicadores está mais próximos”, explica.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, celebrou o resultado na rede social X: “O Brasil segue crescendo acima das expectativas! Agora é seguir avançando, combatendo a inflação para baratear o preço dos alimentos “, escreveu.
Segundo Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), o crescimento do PIB tem um gosto amargo, pois a melhora vem junto com uma inflação que corrói o poder de compra da população.
PIB: crescimento acima do esperado preocupa mercado e pode ser ‘insustentável’
O Brasil registrou um crescimento de 3,4% no PIB de 2024, superando as expectativas do mercado e mantendo a tendência de expansão da economia pelos últimos quatro anos consecutivos.
No entanto, especialistas alertam que, apesar do resultado positivo, esse crescimento pode ser insustentável, especialmente por estar impulsionado pelo consumo elevado e políticas fiscais expansionistas, o que gera preocupações em relação à inflação e à saúde a longo prazo da economia brasileira.
Rubens Cittadin, analista da Manchester Investimentos, ressalta que, apesar do bom desempenho do PIB, o crescimento não reflete um aumento de produtividade real, mas sim o aumento dos gastos públicos, o que levanta um questionamento sobre a sustentabilidade desse crescimento.
“Esse PIB de 3,4% é expressivo, mas não está relacionado a um aumento de eficiência ou produtividade, mas sim ao aumento do gasto público, o que tem impacto direto na inflação”, afirmou.