M&A no setor bancário

BTG (BPAC11) paga R$ 95,3 mi por ações do Banco Nacional e avança em OPA

O banco comprou 26.806.919 ações ordinárias e 1.841.715.847 ações preferenciais

Foto: BTG/Reprodução
Foto: BTG/Reprodução

O BTG (BPAC11), que em junho do ano passado fechou um acordo para assumir o controle acionário do Banco Nacional, instituição em liquidação extrajudicial desde 1996, realizou ontem um leilão para adquirir ações em circulação do banco.

“Tendo sido verificada a condição necessária para a efetivação da OPA para cancelamento de registro, não tendo havido discordância de, pelo menos, 1/3 das ações em circulação habilitadas para a oferta, a companhia dará prosseguimento aos atos necessários para o cancelamento de seu registro como companhia aberta, na forma e no prazo previstos na Resolução CVM nº 80/2022”, diz o Nacional.

O BTG comprou 26.806.919 ações ordinárias e 1.841.715.847 ações preferenciais, pagando R$ 51,02 por cada lote de 1 mil ações. No total, a operação custou R$ 95,332 milhões e permitirá que o banco avance com a oferta pública de aquisição de ações (OPA) para concluir o fechamento de capital do Nacional.

Os acionistas que não venderam suas ações durante o leilão e desejarem negociar com o BTG ainda terão a oportunidade de fazê-lo nos próximos três meses, até 6 de junho.

BTG mira em M&A do setor bancário

O BTG tem se especializado na aquisição de ativos de instituições financeiras em dificuldades, como ocorreu no ano passado com o Banco Econômico e anteriormente com Bamerindus e BVA. O banco também estaria interessado na massa falida do Banco Santos.

O Banco Nacional teve seu Regime de Administração Especial Temporária (Raet) decretado pelo Banco Central em 18 de novembro de 1995, e parte de seus ativos foram vendidos ao Unibanco. A liquidação extrajudicial foi oficializada em 13 de novembro de 1996.

No final de 1995, o Nacional enfrentava sérios problemas de liquidez e apresentava sinais de uma possível corrida bancária. As investigações revelaram que o banco estava manipulando seus balanços financeiros, utilizando centenas de contas fantasmas para realizar empréstimos fraudulentos.

Fundado em 1944 pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro, o Nacional se destacou na década de 1980 por sua atuação inovadora em marketing esportivo, incluindo sua parceria com o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna. O boné azul com o logo do banco, que se tornou um ícone, ainda é lembrado até hoje.