
A BlackRock, maior gestora de ativos no mundo, está com expectativas “neutras para otimistas” com o Brasil, segundo seu diretor-gerente, Benjamin Souza. “Não dá para ignorar que há valor sendo criado nas empresas brasileiras”, afirmou.
“As pessoas estão prestando muita atenção a cada palavra do Banco Central. Quando o ciclo de alta de juros terminar, o Brasil será um dos únicos países com uma inflação de um dígito e um juro de 13% ou mais,” disse o dirigente. Ele acredita que a alta dos juros terminará antes do esperado. Uma boa notícia para a Bolsa e renda fixa.
Em entrevista cedida ao Brazil Journal, Souza destaca que não enxerga uma hegemonia econômica nos países da América Latina. Cada país tem adotado políticas monetárias diferentes e por isso irão reagir de maneira diversa aos próximos ciclos econômicos mundiais.
Otimismo no Brasil
Em meio ao cenário, o Brasil pode despontar sendo um dos poucos países no mundo com a inflação de um dígito e uma taxa de juros a 13% ou mais. “As empresas são as mesmas, mas estão mais baratas, principalmente as small caps (empresas com valor de mercado menor).”, lembrou o executivo.
Segundo a BlacRock, o câmbio se estabilizou e a moeda continua barata para eles, um grande atrativo para estrangeiros. Há preocupação na política fiscal, mas a companhia lê a atitude do BC (Banco Central) de elevação da Selic como muito influente nos resultados futuros das empresas. Isso significa que houve uma expectativa de descontos muito altos, o que fez a autarquia diminuir o tom, valorizando a bolsa brasileira em 2025.
“O cenário à frente pode ser diferente e um pouco mais positivo”, completou. As atenções estão voltadas para os informes do BC, a expectativa é que a Selic não precise atingir uma taxa de 15% ou 16%, o que seria considerado uma mudança significativa para os investidores.