
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, a B3, abre o último pregão da semana, com leve ganhos após a boa notícia dos dados fiscais divulgados pelo Banco Central antes a abertura da Bolsa. Os investidores também repercutem dados do varejo, que apresentou uma estabilização.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava um avanço de 0,70%, aos 126.516 pontos.
Já o dólar comercial seguia o sentido contrário do índice, com um recuo de 0,68%, cotado a R$ 5,75.
O dólar comercial inicia a sexta-feira com uma leve queda, seguindo a tendência de desvalorização da moeda norte-americana frente ao real observada nos últimos dias. Com essa movimentação, a moeda é negociada abaixo de R$ 5,80.
Nas últimas três sessões, a cotação do dólar apresentou recuo, acumulando uma desvalorização de 0,86%. Contudo, essa queda ainda não é suficiente para compensar a alta de 1,06% registrada na segunda-feira, quando a moeda voltou a ser negociada acima da barreira dos R$ 5,80.
Ibovespa no azul enquanto mercado analisa sinais de desaceleração econômica
O Ibovespa apresenta leves avanços, embora o tom no mercado seja de cautela, visto que os investidores domésticos assimilam os resultados fiscais de março e dados do varejo em janeiro.
O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, comentou sobre os recentes dados econômicos e destacou a queda de 0,1% nas vendas do varejo brasileiro em janeiro de 2025. Segundo ele, esse número é mais um reflexo da fragilidade da atividade econômica no país.
“Já daria o destaque aqui de dado de queda de vendas no varejo no Brasil em janeiro de 0,1%. Aliás, mais um dado de atividade econômica fraca. A gente tinha visto já a produção industrial zerada em janeiro, queda da PMS, que é a Pesquisa Mensal de Serviço do IBGE, e agora para completar o quadro vem a queda de vendas no varejo também”, afirmou Gala.
Além disso, ele observou que a queda da concessão de crédito em janeiro, de quase 10%, também reforça essa tendência de desaceleração.
“A gente teve um dado também ontem de crédito, de queda de concessão de crédito em janeiro, uma queda forte até, de quase 10%, tem uma sazonalidade bastante negativa de concessões no início do ano, mas também é uma indicação de desaceleração”, comentou.
Apesar desse cenário, o economista apontou alguns sinais positivos, como o superávit fiscal de R$ 104 bilhões em janeiro, que superou as expectativas. “E uma boa notícia, inclusive com superávit, a conta de juros foi de 40 bi, então o governo teve inclusive um superávit nominal, que é algo bastante raro”, observou.
Paulo Gala também destacou o bom desempenho do agro, com uma safra prevista 10% maior do que a do ano anterior, ajudando a impulsionar a economia brasileira, enquanto setores como o industrial e o consumo devem continuar perdendo força devido às altas taxas de juros e políticas de contenção do governo.
“Agora, com as projeções de safra, a gente deve ter uma safra esse ano 10% maior do que do ano passado. De novo, uma safra recorde. Então, o agronegócio deve se recuperar do tombo do ano passado”, concluiu.
EUA
Os índices futuros de Nova York apresentam alta nesta sexta-feira (14), com os investidores focados na reunião do Fed (Federal Reserve) na próxima semana.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, há 98% de chance de manutenção das taxas de juros.
Em mais uma escalada na guerra comercial, Donald Trump ameaçou aplicar tarifas de 200% sobre vinhos, champanhes e outras bebidas alcoólicas provenientes da União Europeia.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,55%
S&P 500 Futuro: +0,79%
Nasdaq Futuro: +0,98%
Bolsas asiáticas
Na Ásia, a sessão desta sexta-feira (14) fechou positiva em todas as praças, após a China divulgar um comunicado incentivando bancos e instituições financeiras a fomentar o consumo e o uso de cartões de crédito.
Essa medida visa estimular o gasto da população. A ação ocorre logo após o encerramento da reunião anual do Congresso chinês, e uma coletiva de imprensa sobre o tema é aguardada para segunda-feira. Apenas o índice Kospi registrou uma leve queda no pregão de sexta-feira (14).
Shanghai SE (China), +1,81%
Nikkei (Japão): +0,72%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,12%
Kospi (Coreia do Sul): -0,28%
ASX 200 (Austrália): +0,52%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados estão em baixa, com as ameaças tarifárias de Trump e as negociações de cessar-fogo na Ucrânia dominando os destaques.
No início da semana, a União Europeia anunciou que retaliaria as tarifas de 25% impostas por Trump sobre aço e alumínio, com contramedidas que atingiriam bens no valor de €26 bilhões (US$ 28 bilhões).
Entre os produtos afetados pelas tarifas da UE estão vestuário, bebidas alcoólicas e outros produtos industriais dos EUA.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,25%
DAX (Alemanha): +0,23%
CAC 40 (França): +0,42%
FTSE MIB (Itália): -0,12%
STOXX 600: +0,32%