
Depois de apresentar resultados abaixo do esperado pelo mercado referente ao quarto trimestre de 2024, a Natura (NTCO3) despencou 29,84% na sessão desta sexta-feira (14). especialmente no aspecto operacional. Esse foi o maior tombo percentual em um dia das ações na história da companhia.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Natura ficou até 35% abaixo das previsões. Apesar da empresa ter mostrado boas expectativas com a receita líquida, o aumento nas despesas foi o principal fator para o desempenho abaixo do esperado.
Enquanto isso, a Natura teve ajuda com os ganhos fiscais e os impactos positivos das operações de hedge nas despesas financeiras, porém, o mercado se decepcionou com o lucro por ação ajustado de R$ 0,17, já que esperava um valor de R$ 0,24, segundo o JPMorgan.
A administração da Natura afirmou que durante o período houve um consumo de caixa de R$ 41 milhões no 4T24. Em outra linha, a dívida líquida da empresa ficou em torno de R$ 3 bilhões, considerando o financiamento de fornecedores, com uma relação dívida líquida/Ebitda de cerca de 2 vezes.
Para o JPMorgan, esse resultado dá um espaço significativo para pagamentos adicionais de dividendos, dado o alvo de estrutura de capital da empresa de 1,5 vez.
Natura (NTCO3) reduz prejuízo em 83,5% no 4º trimestre, a R$ 439 mi
A Natura (NTCO3) reportou um prejuízo líquido de R$ 439 milhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), representando uma queda de 83,5% em comparação ao prejuízo de R$ 2,7 bilhões registrado no mesmo período de 2023.
De acordo com a Natura, esse desempenho foi impulsionado por um crescimento de 21,1% das vendas da Natura no Brasil, pelo crescimento de dois dígitos nos mercados hispânicos (excluindo a Argentina), pela estabilidade do desempenho da Avon CFT no Brasil e pela redução nas vendas da Avon nos mercados hispânicos (fora da Argentina) e na categoria Casa & Estilo.
O Ebitda recorrente da Natura (NTCO3) de R$ 703 milhões foi impactado negativamente por ajustes não operacionais de R$ 843 milhões, principalmente devido ao apoio da Natura &Co à Avon Products Inc. (API) durante a reestruturação voluntária (Chapter 11) nos EUA, além de investimentos na integração da Onda 2 e perdas de R$ 114 milhões com operações descontinuadas.