
As ações da Azzas 2154, maior conglomerado de moda do País, teve suas ações desvalorizadas em 10,42% após o site “Pipeline” revelar o “divórcio” das empresas que originaram o grupo. A perda equivaleu a R$ 510 milhões em valor de mercado.
A separação entre Alexandre Birman e Roberto Jatahy, as lideranças no topo do negócio, está na fase de discussão dos termos. Os executivos respondem a Arezzo&Co e Grupo Soma, respectivamente. Ao final do pregão de sexta-feira (14), os papéis do Azzas fechou a R$21,50, é o menor valor desde agosto de 2024, quando a fusão que criou o grupo foi concluída.
Segundo analistas, a melhor saída para o imbróglio seria cada um dos executivos ficar com sua parte anterior a fusão das marcas. Birman sairia com Arezzo, Schutz, Anacapri, além da carioca Reserva, comprada em 2020, enquanto Jatahy levaria Farm, Animale e outra.
Entre especialistas e profissionais do mercado de moda e varejo, a possível separação dos executivos, após tão pouco tempo, é vista com quase zero surpresa. E a razão para isso seria uma incompatibilidade de estilos de gestão dos dois.
Diferentes focos levaram a cisão
Birman é descrito como um líder centralizador, focando em resultados e atento as ondulações do mercado financeiro. Jatahy tem um olhar mais voltado para o back office, dando maior autonomia à liderança criativa.
No caso do Azzas 2154, a diferença entre culturas, valores e personalidades das lideranças já sinalizava, desde o anúncio do “casamento”, um possível divórcio por divergências inconciliáveis. A incredulidade na união já era refletido no nome da companhia: 2154 é uma referência dado por Birman para sublinhas que seus projetos miram o longo prazo, rumo a “2154”.
A tese mais aceita por especialistas ouvidos pelo jornal O Globo, é que a Hering, umas das maiores marcas do conglomerado que reune marcas como Arezzo, Farm, Reserva e Animale, seja passada de mãos: em vez de sair com Jatahy, ficará com Birman.