Após prejuízo

Brava (BRAV3): BTG vê ‘ponto de virada na história’ após 4TRI24

A Brava reportou um prejuízo bilionário no período, mas na visão do BTG Pactual isso é uma oportunidade de desalavancagem

Foto: Freepik
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O quarto trimestre financeiro da Brava Energia (BRAV3) teve um prejuízo líquido pró-forma de R$ 1,028 bilhão. No entanto, do ponto de vista do BTG Pactual (BPAC11), o resultado representa um potencial ponto de virada na história da empresa, com “muitas vantagens” no futuro.

Na visão da Brava, o resultado foi devido à desvalorização cambial do período, evento contábil e, portanto, “sem efeito caixa”. Junto com isso, as interrupções nas produções dos campos de Atlanta e Papa-Terra também pesaram no balanço, porém, elas já foram retomadas.

Com o novo FPSO (unidade flutuante de produção) de Atlanta operando novamente e a maioria dos investimentos de integridade em Papa Terra concluídos, o BTG acredita que a Brava terá chances de desalavancar significativamente seu balanço ao longo de 2025, 

No entanto, esse cenário supõe que a empresa consiga aumentar com sucesso a produção offshore e, pelo menos, evitar o esgotamento de seu portfólio onshore, segundo o “E-Investidor”.

“Qualquer desinvestimento de ativos não essenciais poderia servir como um catalisador positivo adicional, acelerando a transferência de valor da dívida para o patrimônio líquido. Reduzir a percepção de risco é essencial para fechar a lacuna do valuation em relação aos pares – atualmente em 30% com base na relação entre o valor da empresa sobre o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de 2025”, consta no relatório do BTG.

Sendo assim, a equipe do banco reforçou que o menor rendimento do fluxo de caixa livre para o acionista esperado este ano (abaixo de 10% após as parcelas de fusões e aquisições) segue como uma ressalva e pode limitar a urgência do investidor em precificar uma reclassificação mais rápida.

A recomendação do BTG é de compra para as ações da Brava Energia, com preço-alvo de R$ 32, o que representa um potencial de valorização de 74,8% sobre o último fechamento.

Brava Energia (BRAV3) tem prejuízo de R$1 bi no 4T24

A Brava Energia (BRAV3) registrou prejuízo líquido proforma de R$1,02 bilhão no quatro trimestre de 2024. O montante disponibilizado em seu balanço divulgado na quinta-feira (20), reverteu um lucro líquido de R$474,7 milhões registrado no mesmo período de 2023.

O resultado veio pior do que previsto por analistas consultados pela Bloomberg, que projetavam baixa de R$401 mi. A empresa atribuiu o resultado a desvalorização do câmbio no período. Houve duas paradas no trimestre em seus campos de produção de Atlanta e Papa-Terra, que já foram retomadas.

“O prejuízo foi um evento contábil levado pela desvalorização da moeda” afirmou a companhia em nota que indicou não ter efeito prático em suas atividades ou em fluxo de caixa. A Brava resultou da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta.

Apesar da declaração, o Ebitda ajustado da companhia (que mede o lucro após amortizações, juros e impostos) apresentou recuo de 41% na comparação anual, fechando 2024 no valor de R$505,2 milhões.

A receita líquida apresentou redução de 14,3% na base anual com R$1,95 bilhão no último trimestre de 2024. A comparação com 2023 considera os números das 3R Petroleum e Enauta somados, uma vez que a fusão foi efetivada em agosto do ano passado, 2024.