Preços altos

Alckmin defende retirar alimentos e energia do cálculo da inflação

Alckmin defendeu também a ideia das medidas de alta de preços utilizadas pelo Fed (Federal Reserve) para sua meta de inflação

Vice-presidente Geraldo Alckmin
vice-presidente Geraldo Alckmin (Foto: Cadu Gomes/VPR)

Geraldo Alckmin, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, defendeu nesta segunda-feira (24) que os preços de alimentos e de energia sejam retirados do cálculo da inflação. Ele também indicou que esta medida deveria ser estudada pelo BC (Banco Central).

“Não adianta eu aumentar os juros, porque não vai fazer chover, eu só vou prejudicar a economia. E no caso do Brasil, pior ainda, porque aumenta a dívida pública”, disse Alckmin durante evento promovido pelo jornal “Valor Econômico”.

“Eu acho que é uma medida inteligente a gente realmente aumentar o juro naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”, defendeu. “Entendo sim que é uma medida que deve ser estudada pelo Banco Central brasileiro.”

No decorrer de seu discurso, Alckmin aproveitou para defender também a ideia das medidas de alta de preços utilizadas pelo Fed (Federal Reserve) para sua meta de inflação. Atualmente, o banco central norte-americano tem a meta inflacionária de 2%.

No entanto, a inflação “cheia” é aquela utilizada como parâmetro do Fed, e não os núcleos do índice, que eliminam elementos mais voláteis como alimentos e energia.

“Não adianta aumentar juros que não vai baixar o preço do barril de petróleo”, acrescentou Alckmin. 

Paralelamente, o presidente em exercício afirmou que o atual patamar da Selic (taxa básica de juros), que chegou a 14,25% ao ano na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), “atrapalha a economia”, ao mesmo tempo que reconheceu que reduzir a inflação é “essencial”.

Por fim, Alckmin avaliou que os preços dos alimentos devem cair neste ano, contando com a ajuda de uma melhora da questão climática e consequentemente aumento da safra agrícola, e que a agricultura deve dar “um empurrão” ao PIB deste ano.

Alckmin sobre isenção do IR: ‘a conta fechou direitinho’

“Foi feito um trabalho sério por Haddad e a conta fechou direitinho. O dólar até caiu”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) sobre a isenção do IR (imposto de renda) para pessoas que ganham até R$ 5 mil. As afirmações foram feitas em discurso a sindicalistas reunidos na Força Sindical, em São Paulo, nesta sexta-feira (21).

Além de elogiar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Alckmin se mostrou otimista sobre a entrada da deputada Gleisi Hoffmann (PT) no comando da Secretaria de Relações Institucionais. Segundo ele, a nova ministra vai ser “uma boa surpresa” para o governo.

Vice-presidente diz que novas medidas vão ajudar classe média

Alckmin afirmou que não só a isenção do IR, como também as mudanças no crédito consignado para trabalhadores do setor privado, são ações que beneficiam a classe média. Após a palestra, o vice presidente foi questionado pelo “Valor” sobre a percepção entre políticos e no mercado de que Haddad estaria isolado no governo.

Em resposta, Alckmin ressaltou as ações do ministro e afirmou que tem uma avaliação “positiva” sobre ele. Entre os feitos de Haddad, o vice-presidente citou o compromisso com a responsabilidade fiscal e o cumprimento de promessa de campanha de aumentar a faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil.

Ao “Valor”, Alckmin relatou que a proposta levantava um receio de desequilíbrio fiscal, mas que, no fim, não vai haver déficit e nem houve queda no dólar, uma vez que o valor que se deixa de arrecadar vai ser compensado por impostos aos mais ricos.

Já sobre a entrada de Gleisi para melhorar a relação do governo com o Congresso, Alckmin destacou que as qualidades de liderança da nova ministra e sua presença anterior na Câmara, assim como na presidência de um grande partido, vão ajudar.

O vice-presidente também afirmou ter convicção de que os preços dos aliemntos vão cair neste ano, devido às condições climáticas favoráveis para o aumento da produção e à queda do valor do dólar.