O mês de março registrou uma queda de 2% no INC (Índice Nacional de Confiança do Consumidor), tanto na margem como na comparação anual. O indicador foi elaborado pela PiniOn para a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Esse índice de confiança do consumidor atingiu os 97 pontos, ficando no campo pessimista (abaixo dos 100 pontos). Além disso, um recuou também foi registrado na análise por regiões, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Por outro lado, no Nordeste, o indicador cresceu, ao passo que no Norte se manteve estável. Já no caso das camadas socioeconômicas, houve queda do INC nas classes AB e C e alta na D e E, segundo o “CNN Money”.
“Continuou havendo deterioração da percepção das famílias, sobretudo em relação à situação financeira atual, e, em menor medida, em termos das expectativas futuras de renda e emprego”, avalia a ACSP.
Conforme a associação, esse fator levou a um menor consumo de itens de valor, como casa e carro. Porém, também observou-se estabilidade na intenção de adquirir bens duráveis, como geladeira e fogão, e leve aumento na propensão a investir.
Além disso, o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, reforçou que o índice da confiança do consumido também está sendo impactada pelo cenário econômico – com aceleração da inflação, queda na geração de empregos e juros elevados – e um contexto de alto endividamento das famílias têm levado o consumidor a ter cautela para compras.
Confiança do consumidor tem alta de 0,7 em março
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou nesta terça-feira (25) o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) que revelou alta de 0,7 ponto para 84,3 pontos. O resultado interrompeu uma sequência de três meses em baixa do índice, mesmo que de forma ligeira.
A economista do FGV IBRE, Anna Carolina Gouveia, refletiu que após três quedas seguidas, a marcação de março reflete a calibragem do indicador, que permanece na região pessimista. “O resultado positivo no mês foi influenciado por uma melhora na avaliação da situação atual e registrada apenas pelos consumidores de maior faixa de renda”, completou a especialista.
Gouveia justifica que entre consumidores de rendas menos elevadas, houve continuidade da piora da confiança, reforçando o desconforto existente, resultado da inflação dos alimentos e dos juros mais altos, que deteriora a situação financeira das famílias.
Os dados mostram que o Índice da Situação Atual (ISA) avançou 1,6 ponto, para 81,0 pontos em março. O Índice de Expectativas (IE) teve variação positiva de 0,1 ponto, para 87,4 pontos em março.
Os dois quesitos que avaliam o momento atual contribuíram para o avanço da confiança no mês — situação econômica local atual, com alta de 0,8 ponto, para 91,2 pontos, e a situação financeira atual da família, que subiu 2,4 pontos, a 71,2 pontos.