Pré-mercado

Café com BPM: bolsas globais oscilam com juros no tadar

No Brasil, o mercado está reforçando a expectativa de uma Selic mais alta, diante dos riscos inflacionários gerados pelas medidas do governo Lula

Foto: Canva
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As bolsas globais apresentam flutuações no pré-mercado desta quinta-feira (27), com um dia de grande movimentação, começando com as novidades sobre as tarifas anunciadas por Trump no final da tarde, além da divulgação do PIB do 4º trimestre nos EUA e depoimentos de diversos membros do BCE, incluindo uma mensagem de Christine Lagarde. 

No Brasil, o mercado está reforçando a expectativa de uma Selic mais alta, diante dos riscos inflacionários gerados pelas medidas do governo Lula, que visam estimular o consumo com a injeção de mais dinheiro na economia. 

A agenda de hoje será crucial para a definição dos juros. Logo pela manhã (8h), o Banco Central divulgará o novo Relatório de Política Monetária, substituindo o antigo RTI, com comentários de Galípolo e Diogo Guillen. Às 9h, espera-se uma desaceleração do IPCA-15 de março e um déficit de R$ 30,9 bilhões no resultado do Governo Central, após um superávit de R$ 84,8 bilhões em janeiro.

Economistas consultados pelo Broadcast indicam que a arrecadação negativa sazonal contribuiu para o déficit primário em fevereiro. Enquanto as despesas se mantiveram estáveis, as receitas caíram cerca de 45%.

Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a estabilidade nas despesas em termos anuais deve-se ao pagamento dos precatórios em 2024, o que pressionou o déficit. “Sem os precatórios, o déficit seria em torno de R$ 60 bilhões”, afirma ele.

Quanto ao IPCA-15, a mediana das estimativas aponta para uma alta de 0,68% em março, o que representa uma desaceleração em comparação com fevereiro (1,23%). As projeções variam de 0,35% (mínimo) a 0,84% (máximo).

Para a inflação acumulada em 12 meses, a mediana das previsões indica uma aceleração de 4,96% para 5,30%.

A desaceleração do IPCA-15 em março é explicada pela saída do impacto do bônus de Itaipu na tarifa de energia e pela dissipação dos reajustes nas mensalidades escolares, além de uma possível queda nos custos de serviços de condomínio e aluguel.

EUA

Os índices futuros dos EUA mostram variações mistas nesta quinta-feira (27), refletindo a incerteza gerada pela decisão do presidente Donald Trump de implementar uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis.

A medida, formalizada em uma proclamação na quarta-feira, aumenta as preocupações sobre o crescimento econômico, levando investidores a diminuir a exposição a ativos mais arriscados. As tarifas começam a valer em 2 de abril, com a arrecadação iniciando no dia 3.

Em relação aos dados econômicos, os investidores estão atentos aos pedidos de auxílio-desemprego, que serão divulgados nesta quinta-feira. Na sexta-feira, o foco estará na leitura de março do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), o principal indicador de inflação do Federal Reserve (Fed).

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,06%

S&P 500 Futuro: -0,05%

Nasdaq Futuro: -0,19%

Bolsas europeias

Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam de maneira mista nesta quinta-feira, acompanhando as perdas em Wall Street, à medida que os investidores avaliavam as novas tarifas de 25% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de automóveis.

Shanghai SE (China), +0,15%

Nikkei (Japão): -0,60%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,41%

Kospi (Coreia do Sul): -1,39%

ASX 200 (Austrália): -0,38%

Bolsas europeias

Os mercados europeus estão em território negativo, com os investidores reagindo às novas tarifas automotivas anunciadas por Trump.

No ano passado, as montadoras europeias exportaram cerca de 800.000 veículos para os Estados Unidos, de acordo com dados comerciais oficiais dos EUA, número que é cerca de quatro vezes superior ao volume de carros exportados pelos EUA para a Europa.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,76%

DAX (Alemanha): -1,56%

CAC 40 (França): -1,15%

FTSE MIB (Itália): -1,32%

STOXX 600: -0,99%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (26) com alta de 0,34%, aos 132.519,63 pontos. A última valorização O dólar comercial subiu 0,42%, a R$ 5,73.

O Ibovespa conseguiu se manter valorizado por mais uma sessão, ainda se beneficiando do fluxo de investimentos estrangeiros que tem atraído. Além disso, uma recuperação no setor de commodities tem impulsionado o índice recentemente.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 08h00 – FGV: Confiança da Indústria em março

▪️ 08h00 – BC: Relatório de Política Monetária (RPM)

▪️ 09h00 – IBGE: IPCA-15 de março

▪️ 09h00 – Tesouro: Resultado do governo central em fevereiro

▪️ 09h30 – EUA/Deptº do Comércio: PIB, PCE do 4Tri

▪️ 09h30 – EUA/Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego

▪️ 11h00 – EUA/NAR: Vendas pendentes de imóveis em fevereiro

▪️ 16h00 – México: Banxico anuncia decisão de política monetária

Eventos

▪️ 11h00 – BC: Gabriel Galípolo e Diogo Guillen comentam RPM

▪️ 15h00 – Fernando Haddad participa de reunião do CMN

▪️ 15h05 – Chile/BCE: Christine Lagarde fala em mensagem pré-gravada para evento

▪️ 17h30 – EUA: Tom Barkin (Fed/Richmond) discursa em universidade

Balanços

▪️ Brasil/Depois do fechamento: Even, JHSF e Light