Dentro das expectativas

PIB dos EUA cresce 2,4% no quarto trimestre e 2,8% em 2024

Inflação moderada e consumo doméstico impulsionam crescimento da economia norte-americana

PIB dos EUA cresce 2,4% no quarto trimestre e 2,8% em 2024

O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA registrou um crescimento de 2,4% no quarto trimestre de 2024, conforme a terceira e última revisão divulgada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta quinta-feira (27).

O resultado confirmou a previsão anterior e esteve em linha com as expectativas do mercado. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento dos gastos dos consumidores e pelo aumento das despesas governamentais.

Embora positivo, o desempenho do quarto trimestre representou uma desaceleração em relação ao terceiro, quando o PIB havia crescido 3,1%.

Essa desaceleração foi atribuída principalmente à queda nos investimentos e nas exportações, embora tenha sido compensada pela resistência do consumo interno. 

Inflação moderada e consumo doméstico impulsionam crescimento do PIB

O PCE (índice de preços das despesas de consumo pessoal), um indicador de inflação monitorado de perto pelo Federal Reserve, aumentou 2,4%, enquanto a medida subjacente, que exclui alimentos e energia, subiu 2,6%, ligeiramente abaixo das estimativas anteriores.

No entanto, o crescimento anual do PIB em 2024 permaneceu forte, alcançando 2,8%, impulsionado pela força do consumo doméstico e pelos gastos governamentais, enquanto as importações caíram, ajudando a impulsionar os números finais. 

Especialistas destacam que o consumo interno foi o principal motor do crescimento econômico, mesmo com o cenário de taxas de juros elevadas mantidas pelo Federal Reserve para combater a inflação.

Apesar da expansão, desafios futuros, como a fraqueza nos investimentos e a desaceleração econômica global, podem impactar o crescimento nos próximos trimestres.

Fed mantém juros e prevê cortes, mas aumento das tarifas gera incertezas

Em 19 de março, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, uma medida amplamente antecipada pelos analistas. Contudo, a autoridade monetária causou surpresa ao manter a previsão de dois cortes de juros até o final de 2024, uma perspectiva que dividiu o mercado.

Após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que prefere aguardar os efeitos das políticas tarifárias de Donald Trump sobre a inflação. Desde o início de sua administração, o presidente dos EUA impôs uma série de tarifas ao Canadá, México e China, adotando uma postura ambígua: ações agressivas seguidas por adiamentos.

À medida que se aproxima o dia 2 de abril, data marcada para novos anúncios sobre tarifas recíprocas, a aversão ao risco tem ganhado força no mercado.