Banco Central

BC precisa entender impactos do consignado para CLT, diz Galípolo

Galípolo destacou que o consignado parece se inserir em uma lógica estrutural

Gabriel Galípolo/ Foto: Lula Marques / Agência Brasil
Gabriel Galípolo/ Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (27) que a autarquia precisa entender melhor o impacto da nova linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado, sinalizando que o mecanismo pode gerar maior sensibilidade a movimentos da política monetária.

Galípolo falou em coletiva de imprensa após a divulgação do Relatório de Política Monetária, em Brasília, destacando que o consignado parece se inserir em uma lógica estrutural. Segundo o InfoMoney, o BC ainda não incluiu estimativas do impacto da linha em suas projeções.

Galípolo: BC avalia se aperto dos juros é suficiente

O  presidente do BC (Banco Central)Gabriel Galípolo, disse que, após colocar os juros em nível contracionista “com segurança”, o BC está avaliando os dados econômicos para identificar se a alta é suficiente. 

“O que a gente está explicando com as defasagens são os mecanismos tradicionais de transmissão da política monetária”, disse. “A gente está ingressando num ambiente e patamar de taxa de juros que é contracionista com alguma segurança, mesmo para quem tem taxa de juros neutra mais elevada no mercado”, completou.

“A gente está falando em defasagem muito mais para explicar o que é um mecanismo transmissão depois de a gente ter acabado de entregar 300 bps de elevação”, afirmou o presidente do BC.

De acordo com Galípolo, o BC está avaliando informações como atividade, expectativas e o cenário inflacionário como um todo “para ver se é suficiente para fazer a convergência da inflação”.

Guillen ressalta que dados do quarto trimestre foram mais fracos que o esperado

Por sua vez, o diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen, disse, na mesma ocasião, que há sinais de moderação na atividade doméstica que estão de acordo com o cenário-base do Copom (Comitê de Política Monetária)

“Tem sinais de moderação em linha com o cenário-base, mas sem se prender tanto em um dado específico”, afirmou. “É mais a construção do cenário que a gente tem observado.”

Observando os dados de 2024, o diretor observou que houve surpresas altistas em comparação ao previsto por analistas no Boletim Focus. Mas também notou que o quarto trimestre foi mais fraco que o esperado, especialmente em relação ao consumo.