O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta quinta-feira (27) que “não há espaço” para uma desvalorização acentuada do peso, em meio a temores de investidores sobre um possível enfraquecimento da moeda, o que levou a uma fuga para o dólar.
A Argentina, que está em negociações avançadas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre um possível acordo de US$ 20 bilhões, tem realizado esforços para reconstruir as reservas esgotadas e sustentar o peso, mantido sob controle por meio de rígidos controles de capital.
Milei disse que, no caso de um possível acordo com o FMI, o país teria uma “montanha de dólares” e poucos pesos, deixando pouco espaço para uma forte desvalorização. As informações foram divulgadas pelo Investing.
“Não há espaço para aumentar a taxa de câmbio”, disse Milei a uma rádio local, acrescentando que o cronograma para a remoção dos controles de capital dependeria da rapidez com que o país poderia receber novos fundos em um eventual acordo com o FMI.
“Você teria uma montanha de dólares por alguns pesos, além de nenhum déficit fiscal”, afirmou o presidente argentino.
Notícias Relacionadas
Milei deve propor ao Mercosul acordo comercial com Trump
Uma negociação conjunta deve ser proposta pelo governo argentino aos demais países do Mercosul para um acordo de livre-comércio com os EUA. Um interlocutor próximo ao presidente Javier Milei, afirmou que a Argentina poderá buscar os norte-americanos sozinha, caso Brasil, Uruguai e Paraguai não aceitem essa proposta.
As negociações de acordos comerciais com diminuição de tarifas de importação só podem ser feitas em conjunto, conforme as normas em vigor. O governo Milei defende uma flexibilização, para que os produtos dos EUA recebam um tratamento preferencial e vice-versa, segundo o jornal “O Globo”.
Caso a negociação conjunta tenha um resultado negativo, a flexibilização das regras do Mercosul para acordos que envolvam a redução de tarifas de importação deve começar a ser discutida, nesta semana, em reuniões de coordenadores do bloco econômico, em Buenos Aires.
Neste semestre, a Argentina presidirá o Mercosul, com expectativas de que, já na próxima cúpula de líderes do grupo sul-americano, o assunto entre na agenda.
Na semana passada, Donald Trump, o presidente dos EUA, já havia indicado que consideraria negociar um acordo de livre-comércio com a Argentina, conforme deseja Javier Milei.
