Impacto

JP Morgan: incerteza causada por tarifas é ruim para os EUA

Jamie Dimon, CEO (presidente executivo) do JP Morgan clamou pela resolução rápida das incertezas causadas pelas tarifas

Fonte: Steve Jurvetson
Fonte: Steve Jurvetson

Jamie Dimon, CEO (presidente executivo) do JP Morgan clamou pela resolução rápida das incertezas causadas pelas tarifas do presidente norte americano, Donald Trump. Ele alertou que os EUA correm risco de estilhaçar suas parcerias econômicas e trazer juros e inflação alta para o país, ameaçando uma recessão global.

“Quanto mais rápido essa questão for resolvida, melhor, porque alguns dos efeitos aumentaram significativamente ao longo do tempo, e seriam muito difíceis de reverter”, escreveu o dirigente em carta a acionistas. Segundo Dimon, o contexto exige extrema cautela por parte dos atores econômicos.

O executivo destacou que a economia americana apresenta sinais de solidez, como um mercado de trabalho ainda aquecido e juros relativamente baixos para o padrão de consumo da população. Contudo, reforço que muitos desses indicadores vêm na esteira de estímulos fiscais e déficits públicos do governo anterior.

Dimon prevê que no curto prazo, será possível observar resultados inflacionários não apenas em produtos importados, mas também em preços domésticos.  

JP Morgan destaca investimento em infraestrutura

Dimon lembrou que além das novas tarifas impostas no comercio internacional, há uma crescente necessidade de investimentos em infraestrutura, reconfiguração das cadeias globais de suprimento e fortalecimento militar. Para ele, esses fatores podem manter a inflação elevada por mais tempo do que o mercado projeta.

O dirigente acrescentou que mesmo com a recente queda nos preços das bolsas, os ativos continuam caros, o que aumenta o grau de vulnerabilidade da economia americana.

O CEO salientou contra uma “falsa sensação de segurança” onde as nações afetadas não usarão poderes militares e econômicos paras alcançarem seus objetivos. Dimon pediu que reformas institucionais sejam empreendidas na OTAN, ONU E FMI.

JPMorgan prevê chance de 60% de recessão nos EUA

JPMorgan passou a ver uma chance maior de uma recessão global e nos EUA, estimando a probabilidade em 60%, à medida que instituições financeiras se esforçam para revisar seus modelos de previsão, enquanto as tensões comerciais ameaçam minar a confiança de empresários e desacelerar o crescimento.

O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas sobre dezenas de países nesta semana. A China retaliou, nesta sexta-feira (4), com suas próprias taxas sobre produtos norte-americanos, elevando as preocupações com a escalada de uma guerra comercial e causando perdas nos mercados globais.

O JPMorgan afirmou que agora vê 60% de chance de a economia global entrar em recessão até o final do ano, ante os 40% anteriores.