O mercado de criptomoedas viveu um fim de semana de intensa movimentação. O Bitcoin, principal ativo digital do mundo, registrou queda de 5,6% no domingo (6), voltando ao patamar de US$ 78.736,93. Ethereum (ETH) e Solana (SOL) também recuaram cerca de 10%, segundo dados da Binance. Ripple (XRP) caiu quase 7%.
Na sexta-feira (5), o BTC havia alcançado US$ 84.420,00. No mesmo horário, o ETH era cotado a US$ 1.813,28. Porém, a reversão de cenário veio acompanhada da notícia de que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, não conseguiu reverter tarifas comerciais anunciadas na semana anterior.
Impacto direto das tarifas no mercado financeiro e cripto
Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, explicou que o mercado reagiu ao anúncio de tarifas impostas aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos.
“As medidas incluem taxas de 34% sobre produtos da China, 20% sobre a União Europeia e 24% para o Japão”, afirmou. “Esse cenário acionou um alerta global e derrubou bolsas na Ásia, afetando diretamente os ativos de risco como as criptos.”
De acordo com o analista Felipe Martorano, da Levante Inside Corp, destacou que o mercado aguardava uma negociação por parte de Trump. “Não foi o que aconteceu. As tarifas foram adiante e a segunda leva, com impacto potencialmente mais amplo, entra em vigor no dia 9.”
Fins de semana ampliam volatilidade das criptomoedas
Martorano chamou atenção para o comportamento típico do mercado em finais de semana. “O volume negociado costuma ser mais baixo, e isso potencializa movimentos abruptos como os que vimos. Dessa forma, qualquer interpretação pode gerar um efeito cascata.”
Essa reação antecipada ocorreu antes mesmo da reabertura das bolsas globais na segunda-feira (7), reforçando a natureza especulativa e sensível do setor cripto frente a instabilidades geopolíticas.
Indicadores de medo e sinais de alívio no horizonte
O índice Crypto Fear & Greed caiu para 17/100, entrando na faixa de “medo extremo”. Para Prado, esse dado mostra como os criptoativos estão operando como “termômetros da instabilidade global”.
Mesmo assim, há elementos no radar que podem mudar esse panorama nas próximas semanas:
- “A queda nos rendimentos dos treasuries dos EUA abaixo de 4% reduz pressão sobre a dívida futura.”
- “O dólar mais fraco abre espaço para valorização de moedas globais e atrai fluxo para as criptos.”
- “A possibilidade de corte de juros pelo Fed em maio pode favorecer ativos de risco.”
Bitcoin já atingiu máximas históricas em 2024
O BTC ultrapassou US$ 100 mil em dezembro de 2024, quando Trump, já eleito, acenou com a ideia de uma reserva estratégica de bitcoin nos EUA. Portanto, o recorde foi em janeiro de 2025, quando atingiu US$ 106 mil.
Desde então, o ativo vem oscilando em meio à volatilidade política e fiscal. Em suma, o bitcoin foi lançado em 2009 com fornecimento limitado a 21 milhões de unidades e, até 2023, cerca de 19,5 milhões já haviam sido emitidos.