
Ações chinesas registraram queda superior a 7% nesta segunda-feira (7). O índice CSI300 — que reúne as maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen — teve seu pior desempenho em cinco anos.
A forte baixa foi motivada pelo aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, que trocaram novas tarifas de 34% na última semana.
Como resposta imediata, o governo chinês autorizou uma intervenção direta no mercado por meio do fundo soberano Central Huijin Investment.
A ação foi vista como uma tentativa de restaurar a confiança dos investidores e evitar perdas ainda maiores nas bolsas locais.
Fundo estatal reforça compras para salvar ações chinesas
Em comunicado oficial, o Central Huijin Investment afirmou ter aumentado sua participação em ações chinesas via fundos negociados em bolsa.
A entidade destacou ainda que continuará realizando compras para “garantir o bom funcionamento do mercado de capitais”.
Apesar da queda acentuada registrada no início do pregão, os papéis conseguiram recuperar parte das perdas após a intervenção.
Enquanto o índice chegou a cair até 9%, o recuo no fechamento foi de 7,6%.
Ainda assim, o impacto foi menor do que os 13% perdidos pelo índice japonês Nikkei, desde o início da nova rodada de tarifas.
Analistas avaliam impacto da medida
Wen Hao, operador do mercado financeiro, acredita que o suporte estatal pode limitar novas quedas nas ações chinesas.
Ele destacou também a possibilidade de medidas adicionais, como estímulos ao consumo e afrouxamento monetário.
Por outro lado, William Xin, presidente da Spring Mountain Pu Jiang Investment Management, foi mais cauteloso.
Para ele, os riscos continuam elevados diante da escalada comercial. “Buscar oportunidades agora é como tentar segurar uma faca em queda”, alertou.
Apoio à estabilidade das ações chinesas envolve vários fundos estatais
O Huijin faz parte da chamada “Equipe Nacional”, um grupo de entidades estatais encarregadas de estabilizar o mercado em momentos de crise.
Entre os membros estão também a China Securities Finance Corp e fundos controlados pelo regulador cambial do país.
Diante desse cenário, e com a promessa de apoio contínuo, o fundo declarou estar “firmemente otimista quanto às perspectivas de longo prazo do mercado de capitais da China” e, além disso, destacou o valor de investimento atual das ações chinesas da categoria A.