O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (8) com baixa de 1,32%, aos 123.931,89 pontos. O dólar comercial subiu 1,46%, a R$ 5,99.
A situação tarifária segue derrubando o Ibovespa, que nos últimos 5 pregões já perdeu mais de 5% devido ao temor dos investidores com a guerra comercial entre os EUA e a China.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de 0,28%, a US$ 102,96.
O destaque dessa sessão foi a relação entre a China e os EUA. O governo de Donald Trump havia estabelecido o prazo até às 13h para que o governo de Xi Jinping desistisse de retaliar suas tarifas anteriores (de 34%).
Porém, como o país asiático não voltou atrás, a Casa Branca confirmou que os EUA impôs mais tarifas de 50% sobre os produtos importados da China, totalizando 104%.
Isso também levou a uma depreciação no câmbio brasileiro, com o real performando como a moeda que mais perde valor no mundo contra o dólar na tarde desta terça-feira (8).
“Acredito que é melhor ter certeza de um cenário que está chegando do que uma incerteza como essa, que trava o mercado como um todo. As empresas, por exemplo, têm dificuldade de tomar decisões porque não sabem como vai funcionar as questões tributárias e como isso vai impactar na demanda de cada empresa”, disse Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da casa de análise Top Gain.
O analistas prosseguiu avaliando que o setor siderúrgico brasileiro está sofrendo por conta das tarifas de 25% que haviam sido aplicadas antes do tarifaço. “Empresas voltadas ao petróleo ainda estão sofrendo com o petróleo que não para de cair forte. A Petrobras também está sendo uma das mais impactadas”, afirmou.
Com isso, o setor de commodities operou como um grande vilão para o Ibovespa, com a Vale (VALE3) perdendo mais de 4%.
“Entre as ações que mais sobem, temos em destaque o setor financeiro, com destaque para a Itaúsa. Tivemos uma notícia recente muito positiva voltada para a empresa, em que a BlackRock aumentou sua participação nas ações da Itaúsa. Isso traz um certo otimismo para o mercado”, disse Lima.
Notícias Relacionadas
O analista também reforçou que o segmento é o mais representativo na composição do Ibovespa e vem ajudando a tentar segurar um pouco dessa queda do índice.
“Acredito que nesse momento de forte instabilidade nos mercados, o ideal é o investidor não entrar em desespero com essas quedas de ações. Se está investindo em setores consolidados, tiver margem para negociar e tiver perfil arrojado, dá para comprar ações que estão baratas”, finalizou.
A CPFL (CPFE3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,39%. Logo atrás, LWSA (LWSA3) e Caixa Seguridade (CXSE3) registraram altas de 2,67% e 2,58%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Magalu (MGLU3) liderou as perdas, caindo 13,41%. Em seguida, vieram Cosan (CSAN3) e CSN (CSNA3), com perdas de 5,99% e 5,70%.
Altas e Baixas do Ibovespa: bancos tradicionais recuam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 3,20% e 3,56%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,00%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 5,48%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 4,11%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 4,66%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 0,03% e baixa de 0,18%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 2,75% e 1,51%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 13,41%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 3,11%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 14,36%.
Índices do exterior fecharam opostos
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta terça-feira (8). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 2,48%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 2,50%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 2,72%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 1,57% e 2,15%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,84%.
