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BTG (BPAC11) compra 100% da área de wealth management da JGP

O BTG absolverá integralmente a equipe de wealth da JGP, no entanto, o valor do negócio não foi relevado

BTG Pactual (BPAC11)
BTG Pactual (BPAC11) / Foto: Divulgação

Uma das gestoras mais tradicionais do mercado financeiro, a JGP, teve 100% de sua gestão de riquezas (assets under management) comparada pelo BTG (BPAC11), como mostra documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (14).

Os valores não foram revelados, mas, ao todo, a JGP administra R$ 18 bilhões. Após a aquisição, o setor de family office do BTG, que opera desde 2010, passará a gerir mais de R$ 120 bilhões em recursos.

O segmento Weatlh Management do BTG atingiu, ao final do primeiro trimestre de 2025, a marca de R$ 1 trilhão de ativos sob gestão. A área consolida a estratégia de Family Office.

A partir da conclusão, a compra está sujeita à  verificação de determinadas condições precedentes, como de costume. Essa etapa inclui também a obtenção da aprovação do BC (Banco Central) e demais aprovações regulatórias necessárias.

André Jakurski, fundador da JGP, seguirá à frente da gestora e atuará como chairman do comitê de investimentos de toda a área de family office do BTG, de acordo com o Brazil Journal, “pelo dever fiduciário que tenho com clientes que atendo desde 2007.”

O executivo também afirmou que decidiu vender a área de wealth porque o mercado está passando por uma consolidação muito forte nos últimos anos.

“E com o fim dos fundos fechados houve uma mudança muito grande nas possibilidades de investimento”, disse Jakurski. O BTG absolverá integralmente a equipe de wealth da JGP.

BTG: tarifas mais brandas podem elevar presença do Brasil nos EUA

Depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 10% ao Brasil, menor que para outros parceiros comerciais, o BTG Pactual analisou que alguns setores brasileiros podem aumentar a participação no mercado norte-americano.

Trump anunciou na quarta-feira (2) que os produtos brasileiros importados pelos norte-americanos agora estão sujeitos a uma tarifa adicional de 10%. Enquanto isso, países como o Vietnã e a Índia, por exemplo, foram taxados em 46% e 26%, respectivamente.

Segundo Iana Ferrão e a equipe do BTG, para os produtos importados aos EUA de países com taxas mais altas há a chance do Brasil ter mais espaço para oferecer preços ou condições mais atraentes. Isso tornaria os produtos do país “relativamente mais competitivos”, segundo o “Money Times”.

Além disso, o BTG destacou também que o cenário global pode beneficiar os setores de commodities, sobretudo as commodities agrícolas e metálicas, se estes capturarem mercados que os norte-americanos podem perder devido a medidas retaliatórias impostas por seus parceiros comerciais.“Os EUA competem com o Brasil na exportação de uma variedade de produtos nesses setores”, destacaram.Nesse quadro, alguns setores da economia brasileira dependem mais fortemente das vendas aos EUA.

Entre eles, semimanufaturados de ferro e aço (71,8% das exportações destinadas ao país); veículos aéreos e espaciais (63,2%); motores e máquinas (61,9%); materiais de construção (57,9%)Outros setores com exposição não desprezível incluem: etanol (16%), café (16,7%) e produtos químicos (16%).