O Bank of America apresentou resultados sólidos no primeiro trimestre, impulsionado principalmente pelo forte desempenho da sua divisão de mercados globais.
A receita de negociação de ações atingiu um recorde histórico de US$ 2,2 bilhões — um crescimento de 17% — beneficiada pela volatilidade do mercado decorrente da política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump.
Ainda que o número tenha superado as expectativas, que apontavam para US$ 2,06 bilhões, analistas da Vital Knowledge notaram que o avanço foi menos expressivo do que o registrado por rivais como JPMorgan Chase e Goldman Sachs.
Na linha de receita líquida de juros, o banco registrou US$ 14,4 bilhões no trimestre encerrado em 31 de março, crescimento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior e praticamente em linha com o consenso da Bloomberg, de US$ 14,36 bilhões.
Apesar dos resultados estáveis, a instituição sinalizou um alerta em relação ao ambiente macroeconômico.
Em seu comunicado, o banco apontou que o cenário pode estar “mudando”, refletindo preocupações crescentes entre os grandes bancos de Wall Street sobre o impacto que as políticas comerciais americanas podem ter no crescimento econômico e na rentabilidade do setor.
Desempenho e perspectivas do Bank of America
Ainda assim, o CEO Brian Moynihan adotou um tom confiante ao afirmar que os “clientes empresariais do Bank of America têm apresentado bom desempenho; e os consumidores têm mostrado resiliência, continuando a gastar e mantendo uma qualidade de crédito saudável”.
O diretor financeiro Alastair Borthwick reforçou a estratégia de longo prazo do banco, ressaltando que a instituição está sendo gerida “de maneira a suportar a volatilidade no longo prazo”.
Borthwick também destacou um ponto positivo adicional: os depósitos médios aumentaram pelo sétimo trimestre consecutivo, chegando a quase US$ 2 trilhões.
Desempenho supera expectativas mesmo com ambiente de juros desafiador
O BofA conseguiu ampliar sua receita no primeiro trimestre, mesmo diante de pressões relacionadas à queda das taxas de juros e a um calendário com um dia a menos de acúmulo de juros.
Parte desse resultado foi atribuído à redução dos custos com depósitos e ao reajuste no preço de ativos de taxa fixa, fatores que ajudaram a compensar os efeitos negativos do cenário de juros mais baixos.
Com esses impulsos, a receita líquida de despesas com juros teve um crescimento de 6%, alcançando US$ 27,4 bilhões no período — superando com folga as projeções de mercado, que estimavam US$ 25,78 bilhões.
Diante dos resultados, as ações do Bank of America operavam em alta nas negociações pré-mercado desta terça-feira nos EUA.